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No dia 8 de março, George W. Bush desembarca em São Paulo com a missão de celebrar o etanol brasileiro. É apenas o início de uma dança entre os dois países. Pelo que foi anunciado nesta semana, após a visita diplomática (de apenas 24 horas) do presidente americano ao Brasil, seu irmão, Jeb Bush, ex-governador da Flórida, também deverá vir ao país para conversar com empresários locais.

Nessa toada, os primeiros acordos de cooperação no setor dos biocombustíveis já devem ser assinados a partir da ida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos EUA, no final de março. amanhã, no entanto, Lula aterrissa em Montevidéu. Justamente para conversar com o presidente uruguaio Tabaré Vásquez sobre Mercosul e acordos bilaterais – com os americanos.

A agenda Bush-Lula tende a ganhar consistência? Foi esta a pergunta de saída da entrevista de Tom Trebat, brasilianista da Universidade de Columbia, em Nova Iorque. E a resposta: "Washington precisará de um parceiro confiável, com condições tecnológicas e capacidade de expandir a produção de etanol. No mundo, não há nenhum país tão adiantado nisso quanto o Brasil."

Que ganhos poderá contabilizar o Brasil com a visita do presidente Bush?Tom Trebat – Há um certo prestígio pelo reconhecimento à liderança do País na América do Sul e pelo fato de que o Brasil está tendo êxito no mercado americano. As exportações estão crescendo a taxas muito altas, 15%, 20% ao ano, e os EUA já são um dos principais mercados para produtos brasileiros de alta tecnologia. Agora a colaboração com mais chance de vingar está em áreas que vão crescer no futuro, biomassas, biodiesel, combustíveis alternativos. Os EUA abandonaram o caminho das células de hidrogênio e rumam para o etanol. Está aí o item mais importante da agenda Bush-Lula. O Brasil será a Arábia Saudita do etanol.

Esse compromisso dos EUA é firme? O futuro presidente americano não pode optar por outro rumo?A tecnologia está evoluindo, então, quem sabe? Qualquer presidente apoiará os combustíveis alternativos, e o principal, hoje em dia, é o etanol. Nos EUA produzimos etanol a partir do milho, mas a capacidade para aumentar as plantações é muito limitada. Este país precisará de um parceiro confiável, com condições tecnológicas e, no mundo, não há outro tão adiantado quanto o Brasil.

O que mudou, de fato?O obstáculo para a adoção de combustíveis alternativos era Bush. Qual é a origem de sua família e de pessoas de seu governo, como o vice Dick Cheney? Vêm todos da indústria petroleira. Mas o etanol passou a ter importância política capital por conta do relatório do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), que eliminou quaisquer dúvidas a respeito da responsabilidade humana pelo aquecimento global.

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