Apenas cinco estados brasileiros – Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Pará – tinham conselhos para tratar dos direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais em 2012, revelou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Pesquisa de Informações Básicas Estaduais, divulgada ontem.

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Esses conselhos são os mais recentes, com 2,8 anos de existência em média. Já os conselhos de educação, os mais antigos entre os 13 tipos listados, existem há 47 anos e estão presentes nas 27 unidades da federação. Depois dos conselhos de direitos de LGBT, os mais escassos no país são os de Transporte, que existem em 10 estados, e os de Promoção da Igualdade Racial, que estão em 13. Conselhos são instâncias que permitem, em tese, maior participação da sociedade na estrutura da gestão pública.

Segundo o pesquisador Antônio Carlos Alkmin dos Reis, que trabalhou no levantamento, o reduzido número de conselhos ligados à questão LGBT pode estar ligado ao fato de ser relacionado a uma minoria e de a pressão da sociedade sobre os governos estaduais a respeito do tema ser pequena. Ele lembrou que a criação de um conselho é a forma mais direta de as administrações estaduais se relacionarem com a população.

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A pesquisa mostra que apenas São Paulo não tinha órgão ou setor específico para tratar de políticas de gênero. O estado, no entanto, possuía o maior número de delegacias especializadas no atendimento à mulher – 121, ante 12 no Rio, por exemplo. Só o Amapá declarou não ter órgão específico para tratar da política de direitos humanos e seis estados (Rondônia, Amazonas, Roraima, Amapá, Ceará e Espírito Santo) não tinham canais de denúncia de violação desses direitos na estrutura do governo estadual.

Política pública

A temática dos direitos humanos teve início com a Constituição de 1988. "Parece que passou muito tempo, mas os dados não me assustam. Ao contrário. Há uma grande quantidade de órgãos e serviços. O fato de não ter órgão específico para um ou outro viés dos direitos humanos não quer dizer que a política não seja desenvolvida em outro órgão", diz Vânia Maria Pacheco, técnica do IBGE.

A pesquisa mostra ainda que somente 11 estados tinham planos estaduais e previsão de recursos específicos para a área de direitos humanos.