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Distribuição Paraná recebe quase metade da verba para a Região Sul

O Paraná foi o estado mais beneficiado da Região Sul com a distribuição de recursos do Programa Brasil Sorridente. Nos últimos quatro anos, os paranaenses receberam R$ 71,816 milhões para a instalação das Equipes de Saúde Bucal (EBS) e dos Centros de Especialidade Odontológica (CEO), contra R$ 45,097 milhões de Santa Catarina e R$ 31,451 milhões do Rio Grande do Sul. De acordo com o Ministério da Saúde, as ESB operam em 309 municípios do Paraná. A cobertura chega a 77,4% das cidades. Até o fim de 2010, a expectativa é que ela atinja todos os 399 municípios paranaenses. Em Curitiba, são 127 ESB, que oferecem atendimento a 503.700 pessoas. O número de CEO no estado é de 37, sendo 3 na capital.

Além de receber mais recursos em relação aos vizinhos do Sul, o Paraná também é referência entre os estados brasileiros na aplicação de flúor à água tratada. De acordo com o coordenador do Brasil Sorridente, Gilberto Pucca, 95% da água que recebe tratamento no Paraná contém flúor. "Vale ressaltar que apenas isso diminui em 50% a incidência de cáries nas crianças", diz.

O fluoretamento é um dos pontos mais importantes do programa. Desde 1974, uma lei federal obriga que toda cidade com água tratada tem que receber flúor. "É necessário e mais barato que depois tratar cárie", explica Pucca. Nos últimos dois anos, em uma parceria com a Fundação Nacional da Saúde, o programa instalou 583 novos sistemas de fluoretação, que abrangem 434 municípios em quatro estados. Eles beneficiam 5,8 milhões de pessoas. Até dezembro, a meta é instalar outros 126 novos sistemas. (AG)

Brasília – O governo federal promete dobrar os investimentos para tentar afastar o Brasil do título de "país dos banguelas". A meta é que os programas de saúde bucal do Ministério da Saúde recebam R$ 2,7 bilhões entre 2007 e 2010. O valor significa um acréscimo de R$ 1,4 bilhão ao que foi investido no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A idéia é expandir o projeto Brasil Sorridente. Nele, estão incluídos gratuitamente desde serviços de prevenção até atendimentos mais complexos, como tratamentos de câncer de boca e canal. Por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), o programa atende 75 milhões de pessoas, mas a expectativa é que esse número chegue a 100 milhões nos próximos quatro anos.

Menina dos olhos de Lula, o Brasil Sorridente nasceu pelas mãos de um dentista de Maringá, Gilberto Pucca.

"Os problemas de saúde bucal estão intimamente ligados à exclusão social e por isso se transformaram em prioridade", explica o paranaense. É ele o coordenador do programa desde 2003 e quem garante a ampliação dos recursos para a área.

A primeira tarefa do dentista no cargo foi realizar um diagnóstico nacional. O panorama encontrado, entretanto, foi assustador.

Segundo o levantamento, pelo menos 30 milhões de brasileiros, mais do que a população da Venezuela, não tinham sequer um dente. Além disso, 28 milhões jamais tinham passado por uma consulta odontológica.

"A população carente sempre foi simplesmente esquecida e o caminho era arrancar os dentes", diz Pucca. A primeira política pública do Brasil Sorridente para o problema foi a criação de Equipes de Saúde Bucal (ESB), inseridas no Programa Saúde da Família. Elas são compostas por um dentista e um auxiliar, montadas para atender um grupo de 2,5 mil famílias.

Prevenção

O Brasil Sorridente mantém atualmente 15.492 equipes, que devem chegar a até 18 mil em dezembro. Elas cuidam do trabalho de prevenção a doenças e fazem o atendimento clínico básico, como o tratamento de cáries. Um dos principais exames é o de câncer de boca, que mata 4 mil brasileiros por ano.

Outra ação do programa foi a implantação dos Centros de Especialidade Odontológica, que oferecem os tratamentos mais complexos. Eles atendem pacientes com necessidades especiais, ofertam cirurgias e tratamentos endodônticos e de periodontia.

Pucca explica que, apesar da ênfase na prevenção e no tratamento de doenças, os 30 milhões de brasileiros sem dentes não foram esquecidos. Ele conta que foram montados com dinheiro federal 215 laboratórios regionais de prótese dentária. Cada um recebe R$ 15 mil por mês para trabalhos de reabilitação e de novas próteses.

Residentes

O último estágio do Brasil Sorridente é a qualificação de dentistas em cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial.

A idéia é habilitar profissionais para o trabalho em hospitais como residentes – a exemplo do que já ocorre entre os médicos. Para isso, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou no último dia 20 a liberação, pelo Fundo Nacional de Saúde, de R$ 2 milhões para financiamento de 42 bolsas de pós-graduação para a área, destinadas a estudantes e professores de 14 instituições de ensino superior do país.

No ano passado, três instituições foram pioneiras nesse tipo de convênio – a Universidade Estadual Paulista de Araraquara, o Hospital Vila Penteado (SP) e a Universidade Estadual de Maringá (UEM).

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