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Familiares de vítimas fazem passeata em Brasília

Familiares de vítimas do acidente com o vôo 1907 da Gol realizaram na manhã de ontem uma passeata no parque da Cidade, em Brasília, para encerrar as manifestações que marcaram o primeiro ano do acidente, completado no sábado.

Participaram cerca de 60 familiares, de acordo com a Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo 1907, que distribuiu 200 camisetas a freqüentadores do parque com o número "353" – a soma dos 154 mortos na queda do Boeing da Gol e os 199 mortos em conseqüência do acidente com o Airbus da TAM, em julho, e a frase "clamamos por justiça". Os familiares pedem a conclusão das investigações sobre o acidente e a renovação do plano de saúde oferecido pela Gol.

Para marcar um ano do acidente, no sábado, um ato ecumênico foi realizado pela Gol no Jardim Botânico de Brasília. Foram plantados 154 ipês, que receberão placas levando cada uma o nome de uma vítima.

O ato foi marcado pelas críticas ao governo e reclamações das famílias afetadas contra a empresa aérea. Uma carta foi enviada ao presidente Lula cobrando o fim das investigações. Outro grupo de parentes sobrevoou o local do acidente em aviões da Força Aérea Brasileira.

São Paulo – A aviação comercial passa a operar hoje dentro de nova malha aérea estabelecida na semana passada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O plano é reduzir a capacidade do aeroporto para 4,7 mil passageiros/hora, ante operação anterior de 5,1 mil passageiros/hora.

Entre as mudanças está a proibição ao aeroporto de Congonhas de oferecer vôos com raio superior a 1 mil km, e as conexões ou escalas no aeroporto paulistano. O Tribunal Regional Federal da 3ª Região também determinou na sexta-feira um limite de 130 passageiros para as aeronaves que operam em Congonhas.

As duas maiores companhias aéreas, TAM e Gol, alertaram seus clientes com vôos agendados sobre as mudanças. A TAM informa que passageiros que já haviam adquirido bilhetes para destinos que não serão mais operados a partir de Congonhas serão reacomodados em vôos via Guarulhos, e aqueles que deveriam fazer conexão em Congonhas serão "atendidos em aeroportos de maior conveniência". A empresa remanejou dez vôos com saída de Curitiba, que fariam escala em São Paulo, para outros aeroportos e informou que não serão cobradas taxas de remarcação ou de embarque adicional. O telefone para informações é o 400 25 700.

A Gol também divulgou nota orientando clientes que tenham passagens em mãos a consultar o site da empresa para saber se há alterações. Foram alterados 12 vôos com saída ou chegada em Curitiba e cancelados outors quatro. Mais informações pelo telefone 0300 115 2121.

Durante o fim de semana, o aeroporto de Congonhas teve 27 de 110 vôos cancelados, no sábado, e 25 de 91 programados cancelados até as 14 h de ontem, devido ao mau tempo.

Críticas

Três das mais influentes entidades internacionais de tráfego aéreo voltaram à carga contra o Brasil no fim de semana. Em comunicado oficial, classificam o sistema brasileiro como "caótico, em estado de ruína".

O último dia da 36.ª Assembléia da Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO, na sigla em inglês) coincidiu com o primeiro aniversário do acidente do Boeing da Gol com o jatinho da Legacy, completado no sábado.

Num comunicado conjunto emitido em Montreal, no Canadá, a Federação Internacional de Associações de Controladores de Tráfego Aéreo e a Federação Internacional dos Trabalhadores no Transporte disseram que aquele episódio e a tragédia com o Boeing da TAM, no Aeroporto de Congonhas, "ilustram dramaticamente que o sistema de aviação civil (brasileiro) está num estado de ruína".

O documento afirma ainda que "esses lamentáveis acidentes não precisavam ter acontecido", e que a reação das autoridades brasileiras – "incluindo a detenção de pilotos (do Legacy) e a ação judicial contra controladores de tráfego aéreo" – servem apenas "para exacerbar os inúmeros problemas de um sistema em caos".

Para aquelas entidades, o fato de o governo estar operando o sistema com base em "pessoal desqualificado, é muito pouco para demonstrar o seu compromisso com padrões internacionais estabelecidos".

"O setor de aviação do Brasil está em crise. Os seus céus estão em perigo de cair num caos, e mesmo assim ninguém no governo parece estar dando atenção a isso. Uma ação deve ser tomada agora, antes que mais vidas sejam perdidas", disse Ingo Marowsky, secretário da ITF, ao divulgar o comunicado.

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