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Molina, da Opas, e Padilha: acordo é costurado desde 2012 | Valter Campanato/Abr
Molina, da Opas, e Padilha: acordo é costurado desde 2012| Foto: Valter Campanato/Abr

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Em nota, o Conselho Federal de Medicina (CFM) chamou de "eleitoreiro, irresponsável e desrespeitoso" o anúncio da contratação de médicos cubanos, lembrando que esses profissionais virão para o país sem revalidar seus diplomas e sem comprovar domínio do idioma português.

Depois da baixa adesão de estrangeiros ao Mais Médicos, o governo brasileiro anunciou ontem que vai importar 4 mil profissionais cubanos para suprir parte das vagas do programa. O primeiro grupo, de 400 médicos, estará no Brasil já na próxima segunda-feira para participar do primeiro período de treinamento e avaliação, e será alocado em parte das 701 cidades não colocadas como opção por nenhum médico brasileiro. Um segundo grupo virá em outubro e, até novembro, todos deverão estar trabalhando no país.

O acordo para a vinda dos cubanos envolve os ministérios da Saúde do Brasil e de Cuba e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), que fará o contrato com a ilha de Fidel Castro. De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o Brasil repassará à Organização exatamente a mesma quantia que pagará aos médicos brasileiros: R$ 10 mil por mês, mais até R$ 30 mil de custos de mudança, em um contrato total de R$ 511 milhões até fevereiro de 2014.

A diferença é que os cubanos verão uma pequena parte desse dinheiro. Todos os recursos serão entregues ao governo cubano, que fará o pagamento – em média, em outros contratos semelhantes, 30% do recebido pelo governo cubano. Padilha, no entanto, afirma que não cabe ao governo brasileiro questionar isso e que não sabe qual será o salário dos cubanos.

O representante da Opas no Brasil, Joaquín Molina, responsável direto pela negociação, também disse não saber quanto ganhariam os cubanos. "A preocupação do ministério é que esses profissionais tenham qualidade para fazer o atendimento, tenham condições de atender bem a população", afirmou o ministro, lembrando que os profissionais receberão moradia e alimentação dos municípios onde irão trabalhar.

Padilha garantiu que o acordo foi fechado ontem, mas começou a ser costurado em janeiro de 2012, durante a visita da presidente Dilma Rousseff a Havana. O Ministério da Saúde pediu, e teria conseguido, médicos com residência em saúde da família, que tivessem experiência internacional e em países de língua portuguesa, de preferência que tivessem atuado com o Brasil em ações no Haiti e tenham experiência também na Região Amazônica. "Todos eles têm residência em saúde da família, 30% têm também outras especializações e possuem, no mínimo, 16 anos de experiência", disse o ministro.

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