Três entidades ligadas ao combate ao racismo entraram com uma ação civil pública, na 35ª Vara do Trabalho de Salvador (BA), contra a rede de supermercados Atakadão Atakarejo. Elas pedem a “erradicação do racismo estrutural no ambiente de trabalho no Brasil”, além do pagamento de uma indenização de R$ 200 mil.
O supermercado tornou-se conhecido por conta de um caso de tortura e assassinato envolvendo dois jovens negros. Os dois teriam sido flagrados furtando pacotes de carne. Posteriormente, eles foram encontrados mortos com marcas de tortura. A suspeita é de que os seguranças do supermercado tenham entregado os dois a traficantes.
Na ação, Educafro, Centro Santo Dias de Direitos Humanos e Odara Mulheres Negras, alegam que o ambiente de trabalho da empresa supermercadista está contaminado pela violência racial, permitindo que funcionários recebam ordens que provocam agressões a pessoas negras por motivo fútil, constituindo-se um caso de racismo estrutural.
A petição inicial da ação também solicita que a rede adote diversas medidas de combate ao racismo, como presença de negros em todas as instâncias da empresa na mesma proporção com que se dá sua presença na sociedade e a realização de um programa permanente de treinamento em direitos humanos e igualdade.