O vereador paulista Camilo Cristófaro.
O vereador paulista Camilo Cristófaro.| Foto: Reprodução

O vereador paulistano Camilo Cristófaro foi oficialmente desfiliado do Partido Socialista Brasileiro (PSB) de São Paulo nesta quarta-feira (4). Na terça (3), um áudio em que o vereador usa a expressão “é coisa de preto” vazou durante reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Aplicativos da Câmara Municipal de São Paulo. A fala foi considerada racista e chegou a paralisar os trabalhos da Câmara por alguns minutos.

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Cristófaro não estava presente na Câmara, mas estava acompanhando os trabalhos remotamente. Em determinado momento, o microfone do vereador foi aberto, permitindo que os demais parlamentares ouvissem a frase “eles lavarem, não lavar a calçada...é coisa de preto, né?”. Depois, o presidente da CPI, vereador Adilson Amadeu (União Brasil), pediu que o som fosse desligado, em referência aos vereadores que participavam de forma remota, mas a vereadora Luana Alves (PSOL) se opôs e, em seguida, a sessão foi suspensa. Depois da divulgação do áudio, o presidente da Câmara dos Vereadores de São Paulo, Milton Leite (DEM), disse que o caso seria investigado pela Corregedoria da Câmara.

Como justificativa para a fala, o vereador apresentou duas versões diferentes. Em um vídeo enviado aos colegas da Câmara, ele disse que a fala se referia a carros pretos. “Estou dizendo exatamente que esses carros pretos dão trabalho. Que os carros pretos são f... Estou dizendo aqui que não é fácil para cuidar da pintura”, diz o vereador no vídeo. Horas depois, Cristófaro deu uma nova versão, dizendo que estava conversando com um amigo. ”Eu ia gravar um programa que não foi gravado lá no meu galpão de carros. Eu estava com o Chuchu e [ele] é negro. Falei pro [Anderson] Chuchu, como irmão, porque ele é meu irmão. Se eu errei é porque eu tenho essa intimidade com ele, porque ele me chama de carequinha, ele me chama de ‘veínho’. Nós temos essa intimidade”, disse.