Cientistas admitem uso de “tática do medo” durante pandemia no Reino Unido| Foto: Reprodução
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O governo do Reino Unido foi encorajado a usar táticas consideradas “totalitaristas” para fazer com que a população tivesse uma maior sensação de medo em relação à pandemia de Covid-19. A conclusão é do livro A State of Fear (Um estado de medo), de Laura Dodsworth, que ouviu diversos cientistas responsáveis por orientar as ações do governo inglês na pandemia. As informações são do The Telegraph.

Segundo o livro, em 2020, integrantes de um comitê científico especializado em analisar o comportamento das pessoas durante a pandemia, teriam orientado o governo britânico a aumentar a sensação de ameaça em relação ao Covid-19. Isso foi feito porque um número significativo da população ainda não se sentia em risco e, por isso, não adotava as medidas sanitárias prescritas.

Era preciso, então, deixar as pessoas mais propensas a obedecer as ordens das autoridades de saúde. Isso foi feito principalmente através do reforço de alertas e mensagens do governo sobre os riscos da pandemia. Outra estratégia usada seria a disseminação contínua de “má notícias”, como número crescente de mortes e ocupações nos hospitais, sem contrapor com o número de recuperados.

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Um dos cientistas entrevistados por Laura Dodsworth, o psicólogo Gavin Morgan, fez parte do comitê e admitiu que promover o medo generalizado foi questionável. “Obviamente, usar o medo como meio de controle não é ético. Usar o medo cheira a totalitarismo. Não é uma postura ética para nenhum governo moderno”, disse.