Diretora do Todos Pela Educação, Priscila Cruz, em evento em que declarou apoio à candidatura do ex- presidente Lula e associou o homeschooling a abuso e trabalho infantil.
Diretora do Todos Pela Educação, Priscila Cruz, em evento em que declarou apoio à candidatura do ex- presidente Lula e associou o homeschooling a abuso e trabalho infantil.| Foto: Reprodução

A diretora do Todos Pela Educação, Priscila Cruz, disse que o homeschooling é “colocar as crianças em casa, totalmente à mercê de violência, de abuso, de trabalho infantil, de milícias”. A afirmação da diretora aconteceu durante um evento do Partido dos Trabalhadores (PT), na segunda-feira (10), em que defendeu a candidatura do Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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A ONG Todos pela Educação já criticou em outros momentos não só o ensino domiciliar, por acreditar que a prática “abre uma possibilidade real de proliferação de escolas informais pelo país, o que seria um caminho altamente indesejado e crítico”, mas outras bandeiras do governo de Jair Bolsonaro, como a implantação de escolas cívico-militares. A única exceção feita à gestão Bolsonaro foi a avaliação da Política Nacional de Alfabetização, elogiada pela OCDE, a qual o Todos reconheceu ser o caminho correto.

No evento, Priscila disse ter havido um salto na quantidade de crianças com aprendizagem adequada em língua portuguesa, entre 2007 e 2017, e que o “Brasil sabe fazer educação”. Na verdade, em 2017, após quase 14 anos de governos do PT, 33% das crianças no 5º ano do ensino fundamental no país apresentavam níveis sofríveis de escrita e leitura. Em 2018, o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) apontou que o nível de aprendizado do ensino médio no Brasil, abaixo do desempenho internacional, estava estagnado há doze anos. Na edição de 2018 do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, o Pisa, que avaliou o conhecimento de alunos de 15 anos de 79 países e economias, o Brasil ficou entre as piores redes de ensino do mundo, com desempenho similar ao dos 12 anos anteriores: em 57° lugar em leitura, 66° em ciências e em 70° em matemática, com notas bem abaixo da média das nações participantes.