Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, esteve na Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais da Câmara dos Deputados
Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, esteve na Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais da Câmara dos Deputados| Foto: Reprodução

A Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais da Câmara dos Deputados recebeu a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, nesta terça-feira (11), que explicou, genericamente, as prioridades da pasta em 2023.  Segundo a ministra, o governo petista irá reconhecer e defender os territórios dos povos indígenas, combater o garimpo ilegal, fiscalizar e retirar invasores dessas áreas, como também avançar na demarcação das terras. A ministra não anunciou novas medidas.

Na sessão, grande parte dos deputados não levantaram muitos questionamentos, e a ministra não se aprofundou nas respostas e nem nos objetivos da pasta. A crise humanitária do povo Yanomami foi citada por governistas e houve o pedido para uma investigação maior por parte das autoridades competentes. A reunião também foi marcada pela participação de poucos deputados opositores ao governo entre os 28 parlamentares presentes.

Em outro momento, a ministra mencionou um chá com componentes da maconha que faria parte da cultura de uma determinada etnia. A parlamentar Silvia Waiapi (PL), então, questionou se Sônia Guajajara seria a favor do tráfico de drogas, por conta dessa fala. A ministra disse que é contra o tráfico de drogas, mas que o povo indígena faz uso desse chá de maconha. Ela alegou ainda que seria "cientificamente comprovado" a eficácia da bebida contra algumas doenças. Contudo, não há evidências do uso de componentes da droga. O próprio Conselho Federal de Medicina restringiu uso do canabidiol e proibiu médicos de fazer publicidade do produto.

A sessão também foi marcada pela crítica do deputado Dorinaldo Malafaia (PDT) à parlamentar Silvia Waiapi (PL), alegando que ela não poderia representar os povos indígenas. A deputada rebateu: "não preciso do seu reconhecimento para ser considerada indígena". "Os senhores querem que eu aceite alguém que se autodeclara mulher, sem ser mulher - biologicamente homem -, e eu sou obrigada a aceitá-lo, mas não querem me aceitar?", disse Silvia. A partir da fala, deputados a vaiaram e a presidente da mesa, Célia Xakriabá (PSOL), falou que não iria aceitar suposta transfobia na sessão.