duas crianças brincam com um tablet
Um estudo americano quer determinar se a redução da pobreza afeta o cérebro das crianças| Foto: Jelleke Vanooteghem/Unsplash

Um estudo americano quer determinar se a redução da pobreza afeta o cérebro das crianças. O estudo vai monitorar a atividade cerebral das crianças através de uma ferramenta não invasiva, chamada EEF móvel, que mede as ondas do cérebro, utilizando um boné equipado com 20 eletrodos. As informações são do New York Times.

Iniciado em 2018, o projeto Baby’s First Years selecionou de forma aleatória mil mães com filhos recém-nascidos que viviam na pobreza. Cada uma passou a receber um cartão de débito mensal no valor de US$ 20 ou US$ 333 para ser usado como quiserem. Todos os meses, os pesquisadores visitam as famílias para verificar as crianças e também monitoram a situação de emprego, finanças e saúde das mães. Devido à pandemia, que interrompeu as visitas, o estudo foi prorrogado por mais um ano e agora acompanhará as crianças até elas completarem quatro anos de vida.

Já existam estudos mostrando que crianças criadas em condições de vida mais precária apresentam diferenças cerebrais sutis quando comparadas àquelas de famílias mais abastadas. A explicação seriam as diferenças de acesso à nutrição, níveis de estresse e educação de baixa qualidade. Entretanto, nenhum estudo até agora teve a amplidão do Baby’s First Years,

Para a neurocientista e pediatra na Columbia University, Kimberly Noble, uma das líderes da pesquisa, a análise poderá trazer uma resposta mais completa sobre o papel da renda no desenvolvimento das crianças. “Nenhum de nós acha que a renda é a única resposta, mas estamos deixando de lado a correlação para testar se uma redução da pobreza diretamente causa mudanças no desenvolvimento cerebral, cognitivo e emocional das crianças”, disse.