
Porto Alegre - Prosseguiram ontem sem resultado as buscas a cinco pessoas desaparecidas após a queda de uma ponte na terça-feira sobre o Rio Jacuí na RS-287, na região Central do Rio Grande do Sul. As equipes de busca contaram com a ajuda de 31 homens diretamente envolvidos no trabalho, cinco barcos e um helicóptero, mas a cheia do leito do rio ampliou a área a ser vasculhada, explicou o coordenador da operação, major Jarbas Trois de Avila, do Grupamento de Busca e Salvamento de Porto Alegre (RS).
O leito do rio, que habitualmente tem entre 250 e 300 metros, ganhou 2 quilômetros de extensão em cada margem por causa da cheia, descreveu Ávila. As buscas prosseguiram até o anoitecer e serão retomadas hoje. Não há prazo para encerrar a operação.
Os desaparecidos estavam sobre a ponte, que liga Agudo a Restinga Seca, na manhã de terça, quando a estrutura de 314 metros de extensão ruiu. Entre os cinco desaparecidos está o vice-prefeito de Agudo, Hilberto Boeck, que estava sobre a ponte para analisar os efeitos da enchente. A lista foi feita pela prefeitura de Agudo, com base nos familiares que registraram o desaparecimento de parentes. Relatos de moradores indicaram que mais de 20 pessoas estariam sobre a ponte no momento do acidente, mas não foram registrados outros desaparecidos até a tarde de ontem, segundo informou a prefeitura. Dez pessoas foram resgatadas com vida ou conseguiram sair do rio ontem após o acidente. Além do vice-prefeito, estão desaparecidos Nelo dos Santos, Denise Marion Dumke, Lori Ella Dumke e Renato Camargo.
Reconstrução
O diretor-geral do Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem (Daer), Vicente Paulo Mattos de Britto Pereira, disse que a reconstrução da ponte levará de 6 a 9 meses e custará aproximadamente R$ 10 milhões. Ele avaliou que a estrutura viária e de pontes do estado está adaptada ao fluxo atual de veículos, embora a maior parte tenha sido planejada e executada há algumas décadas. Mais de 90% das cargas que trafegam no estado utilizam o transporte rodoviário, segundo Pereira. O diretor afirmou que a vistoria a estradas e pontes é feita de forma rotineira e de maneira descentralizada pelos 17 núcleos regionais do Daer. Não há uma periodicidade determinada para cada visita. O Daer tem em sua malha 2,5 mil pontes no estado.
O diretor do Daer disse que, em 72 anos de existência do órgão, a queda da ponte sobre o Rio Jacuí foi a segunda ocorrência desse tipo. O órgão realiza avaliação técnica para determinar a causa do desastre, mas Pereira observou que a água atingiu a cabeceira e as longarinas da ponte, que não foram preparadas para este tipo de impacto.
O Daer ainda não tem estimativa de custos para recuperar dezenas de pontos de estradas estaduais que apresentam problemas desde as fortes chuvas de domingo e segunda-feira no estado. Parte de uma ponte de responsabilidade municipal com 60 metros de extensão foi destruída ontem pela correnteza do Rio Jacuizinho, entre Estrela Velha e Arroio do Tigre, também no centro do estado.



