Rio de Janeiro - A Defesa Civil do Estado do Rio informou ontem que há indícios de que a última vítima do deslizamento de terra na enseada do Bananal, na Ilha Grande, em Angra dos Reis, esteja sob uma pedra de cerca de 3 toneladas. Desde os deslizamentos ocorridos na madrugada do dia 1.º, 52 mortes foram registradas na cidade 31 na ilha e 21 no Morro da Carioca, no centro. Agentes da Defesa Civil e bombeiros disseram acreditar que a pessoa desaparecida esteja na localidade onde morava, na Enseada do Bananal. A pedra e a terra que caiu do morro destruíram toda a casa da vítima.
Com medo de novos deslizamentos de terra, dezenas de pessoas abandonaram suas casas na manhã de ontem, a pedido da Defesa Civil de Angra, após uma chuva fraca atingir a cidade. Segundo o órgão, prosseguem as demolições de casas situadas em locais perigosos e as buscas por vítimas desaparecidas.
O tempo permanece encoberto e, se chover com mais intensidade, os trabalhos de buscas e demolições serão suspensos temporariamente. "Se a gente constatar que há chances de novos deslizamentos, vamos interromper as buscas por questões de segurança", disse o comandante do Corpo de Bombeiros de Angra, tenente-coronel Jerri Andrade Pires.
Ao menos 1.383 casas localizadas em áreas de risco já foram vistoriadas por especialistas da prefeitura. Até o fim da manhã de ontem, 375 residências haviam sido interditadas, mas a previsão do órgão é chegar a 600. Cerca de 1,5 mil pessoas deixaram as casas interditadas, e 371 famílias desalojadas foram encaminhadas para casas de amigos e parentes e estão recebendo assistência da prefeitura.
Medida Provisória
A edição de uma Medida Provisória que destinará recursos para obras de reconstrução e prevenção em Angra dos Reis e na Baixada Fluminense será discutida na próxima quarta-feira, durante reunião do presidente Lula com o governador Sérgio Cabral (PMDB), em Brasília. Em anos anteriores, foram editadas MPs para socorro a estados do Norte e Nordeste atingidos por enchentes e também para Santa Catarina, depois da tragédia ocorrida em novembro de 2008.
A secretária de Estado do Ambiente, Marilene Ramos, anunciou ontem que o decreto da Área de Proteção Ambiental de Tamoios, que abria a possibilidade de novas construções na Ilha Grande, está suspenso. Ambientalistas e procuradores da República acusam a regra, baixada no ano passado por Cabral, de ter prejudicado áreas de preservação permanente.



