Em uma manobra para tentar amenizar o impacto dos protestos do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro por melhores salários, o governador Sérgio Cabral (PMDB) anunciou ontem aumento de 5,58% para os servidores da área e delegou o gerenciamento da crise à recém-criada Secretaria de Defesa Civil, que será conduzida pelo comandante-geral dos bombeiros, coronel Sérgio Simões.
Pressionado pelos manifestantes, que recebem nas ruas o apoio da população fluminense, o governo pretende dar sinais de que vai valorizar os servidores da corporação e de que a nova secretaria dará mais peso aos bombeiros nas negociações salariais. "O status de secretário me dá uma capacidade maior de interlocução com o governo", afirmou Simões. "O reajuste oferecido agora é uma demonstração clara do governo de que está disposto a negociar. É um primeiro movimento. Vamos ver qual será a capacidade daqui para frente."
O aumento de 5,58% é antecipação do reajuste que seria feito em parcelas de menos de 1% ao mês até o fim do ano. Caso o piso salarial dos bombeiros fique em R$ 1.198,24, o aumento será de R$ 70,45. Também receberão o reajuste policiais militares, civis e agentes penitenciários.
Ironia
Porta-voz dos bombeiros presos, o cabo Laércio Soares ironizou o aumento. "Agradecemos a benevolência do nosso governador, mas está muito longe do nosso pleito. Além disto, mesmo que ele concedesse um salário base de R$ 5 mil, a nossa luta continuaria, pois o foco agora é a liberdade e a anistia para nossos colegas presos."
Representantes do Conselho Nacional de Segurança Pública se reuniram ontem com o corregedor dos bombeiros e os militares detidos em Niterói. Para o conselheiro Tião Santos, o reajuste antecipado pelo governador não resolverá o impasse. "Enquanto os militares continuarem presos será difícil uma solução imediata."
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