No dia seguinte à briga entre militantes favoráveis e contrários à CPI dos Ônibus na Câmara Municipal, o governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) determinou que todos os servidores do Estado que estiveram na manifestação de quinta-feira, 22, sejam exonerados. Dois funcionários da Secretaria de Governo já tinham sido demitidos, depois de serem detidos pela polícia, e a exoneração de outros sete - todos da Secretaria de Habitação - será publicada no Diário Oficial de segunda-feira, 26. Todos os demitidos faziam parte da claque que defendia a atual composição da CPI, formada majoritariamente por aliados do prefeito Eduardo Paes (PMDB).
Os dois servidores exonerados nesta quinta-feira, Leandro Carlos de Souza e Maicon Justino, estavam entre os nove detidos durante uma briga, ocorrida na frente da Câmara, com manifestantes favoráveis ao vereador Eliomar Coelho (PSOL), autor do pedido da CPI. Os detidos responderão em liberdade às acusações de ameaça e lesão corporal. Em outubro de 2011, Justino já havia sido exonerado da Secretaria Estadual de Educação.
A Secretaria Estadual de Habitação informou que Isabela Lima da Silva, Sidnei Rodrigues de Araújo, Ramon Baraúna Assis, Rafael Barbosa Ventura, Denis Teixeira Calixto, João Felipe Araújo das Chagas e Carlos Rodrigo Araújo Chagas foram avisados nesta sexta-feira, 23, sobre a exoneração. O motivo foi terem participado, "sem autorização, de manifestação durante o expediente de trabalho". Eles ocupam cargos de Assistente II, Chefe de Equipe e Ajudante I, e foram nomeados pelo atual secretário, Rafael Picciani, filho do presidente do PMDB do Rio de Janeiro, Jorge Picciani, e deputado estadual pelo mesmo partido.
O secretário disse que não sabia da participação dos funcionários na manifestação a favor dos atuais integrantes da CPI. Rafael Picciani já presidiu a Juventude do PMDB no município do Rio e apoiou a escolha da atual presidente da JPMDB estadual, Jéssica Ohana, de 21 anos, uma das organizadoras do movimento favorável à CPI na sessão de quinta-feira. "Milito ao lado da Jéssica há cinco anos, mas não houve nenhuma orientação minha para que apoiassem os vereadores", disse, por e-mail.
Jéssica reuniu-se nesta sexta com Jorge Picciani e admitiu ter levado um grupo de militantes ao plenário da Câmara para apoiar o presidente da CPI, Chiquinho Brazão (PMDB), e outros integrantes governistas da comissão de investigação. Em nota divulgada pelo PMDB-RJ, Picciani reconheceu o "erro" da presidente da Juventude, que assumiu em fevereiro o cargo antes ocupado por Marco Antônio Cabral, filho do governador Sérgio Cabral. Marco Antônio agora preside a Juventude Nacional do PMDB.
Jéssica, estudante de História da Universidade Federal Fluminense (UFF) de 21 anos, ajudou a organizar a claque "pró-Brazão" e se envolveu em uma confusão com jornalistas que estavam no plenário.
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