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Os 113 presos da cadeia pública de Cornélio Procópio, com capacidade para 45 detentos, vão continuar na unidade que foi interditada na semana passada. A interdição foi determinada pela Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp), após os insistentes apelos das autoridades da cidade, no Norte do estado.

A estimativa é de que a cadeia permaneça lotada por mais 90 dias. Este foi o prazo acordado para que a prefeitura da cidade disponibilize um local para abrigar as celas contêineres onde os detentos vão aguardar julgamento ou cumprir o restante de suas penas.

Construído na década de 40 para abrigar a antiga delegacia de polícia da cidade, o prédio da cadeia não reúne condições físicas e de higiene para manter presos mais de 100 homens. Além disso, a edificação fica bem no centro de Cornélio Procópio, oferecendo risco à população.

A decisão da Sesp foi tomada depois que dois detentos morreram asfixiados em um princípio de rebelião no dia 1º. Logo após as mortes, a juíza da Vara Criminal da cidade, Adriana Katsurayama, ameaçou interditar a cadeia se o governo não tomasse uma decisão. Segundo ela, os problemas vêm acontecendo de forma rotineira, o que revela a falta de segurança. "Até 90 dias, entra e sai preso normalmente e, a partir daí, não entra mais ninguém, só sai, até o prédio ser esvaziado definitivamente" disse o delegado-chefe da Divisão de Polícia Civil do Interior, Luiz Alberto Cartaxo Moura, que esteve no local na última sexta-feira.

Histórico

A falta de segurança da cadeia pública de Cornélio Procópio é antiga e tem um histórico de tragédias. Em 1963, uma rebelião terminou com a morte de 28 pessoas, entre elas a do deputado estadual Nilson Baptista Ribas, que tentava resolver o conflito. Desde então, os problemas continuaram com dezenas de tentativas de fugas que aos poucos foram comprometendo a estrutura do prédio.

A prefeitura pretende, com a desativação do cadeião, usar o prédio para atender outra reivindicação da população que é a instalação de uma unidade do Instituto Médico Legal (IML). O serviço beneficiaria toda a região, composta por 22 cidades.

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