Deputada federal Mara Gabrilli exigiu o cumprimento de resolução da Anac| Foto: Rodolfo Stuckert/Camara Federal

Outro caso

Há três meses, arquiteto caiu em Congonhas

O arquiteto Fernando Porto de Vasconcellos, 71 anos, sofreu um acidente durante o uso do ambulift (espécie de carro com plataforma usado no desembarque de cadeirantes) no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, no dia 11 de dezembro de 2010. Cadeirante desde que sofreu um AVC (acidente vascular cerebral), Vasconcellos era acompanhado por uma funcionária da empresa aérea Gol quando o veículo freou bruscamente e fez com que Vasconcellos fosse arremessado ao chão. Ele bateu a cabeça no chão e foi internado com traumatismo cranioencefálico. A Infraero, responsável pelo ambulift, disse na época que o equipamento não tinha cintos para prender as cadeiras, que são travadas na plataforma. Foi aberta uma sindicância para investigar o acidente.

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A deputada federal Mara Ga­­brilli (PSDB-SP) ficou presa por duas horas no interior de um avião na noite de quarta-feira no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, após se recusar a sair da aeronave sem o equipamento adequado para o desembarque de cadeirantes. A deputada é tetraplégica.Gabrilli estava no voo 3563 da TAM, que vinha de Brasília e chegou por volta das 21 horas de quarta-feira em Guarulhos. O avião parou em posição remota no interior do aeroporto, fora das áreas de fingers (passarelas que ligam os portões de embarque às aeronaves). Em casos como esse, o desembarque de passageiros com mobilidade reduzida deve ser feito com ambulift (uma espécie de carrinho com elevador).Segundo a deputada, apenas em terra a TAM informou que os aparelhos da empresa e da Infraero estavam quebrados e que ela seria carregada por um dos comissários para fora da aeronave. "Bati o pé e disse que eu não iria. Chovia forte no momento e estou com tosse. O risco é muito grande para uma pessoa como eu e o aeroporto deve ter os equipamentos necessários para estes casos", afirma Gabrilli.

Ainda segundo a deputada, funcionários da TAM tentaram convencê-la alegando que haveria demora na solução do impasse, uma vez que os equipamentos estariam quebrados há um mês e meio. Solidários, os comissários da aeronave acionaram a torre de controle do aeroporto para usarem um dos fingers para o desembarque da deputada. Mas o procedimento não foi autorizado.

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Resolução

Uma resolução da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) obriga as empresas aéreas ou operadores de aeronaves a assegurar o movimento de pessoas portadoras de deficiências entre os aviões e o terminal com dispositivos adequados para efetuar, com segurança, o embarque e o desembarque.

A deputada disse que chegou a acionar a Anac, mas, segundo ela, a agência não demonstrou interesse pelo caso. Apenas por volta das 23 horas, funcionários da TAM conseguiram que um ambulift, que estava fora de uso, fosse liberado pela Infraero apenas para a retirada da deputada. "Tomei chuva e a pessoa responsável pelo aparelho não me amarrou [não colocou o cinto de segurança]. Foi minha assistente que prendeu o cinto de segurança com o ambulift em funcionamento. Ninguém teve essa atitude. Os funcionários não têm o preparo necessário ainda."

A reportagem entrou em contato com a Infraero e a TAM, mas até o final da tarde de ontem não obteve resposta.