Na madrugada desta segunda-feira (1º), uma cena chamou a atenção no Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná. Após passar o fim de semana na cidade, a executiva do ramo de cosméticos Katya Hemelrijk da Silva, de 38 anos, teve de se arrastar para conseguir embarcar para São Paulo em uma aeronave da companhia Gol.
Katya que tem osteogênese imperfeita, uma doença genética rara também conhecida como "síndrome dos ossos de cristal" precisava de um equipamento especial para embarcar com segurança no avião, que não estava disponível no momento.
Após tentar, sem sucesso, conseguir o "Ambulift" com outras empresas, a Gol deu a ela a opção de esperar por cerca de quatro horas até que um equipamento de auxílio estivesse pronto para o uso. Além disso, os passageiros se ofereceram para levar a executiva no colo, entretanto, com medo de se machucar, ela preferiu se arrastar por cerca de cinco minutos até a entrada do avião.
Em seu perfil pessoal no Facebook, Katya comentou que não tem intenção de processar a empresa aérea que espera que o fato sirva de alerta para melhorias no setor. "Não tenho a mínima intenção em processar ou fazer nenhum tipo de sensacionalismo com a situação. Minha intenção é aproveitar o ocorrido para tentar ajudá-los a se estruturar melhor frente às adversidades que podem aparecer em qualquer momento. Processar a Gol seria apenas mais um processo para uma empresa desse porte. O que eu quero é que as pessoas tenham uma consciência e conhecimento maior sobre como lidar com pessoas com necessidades especiais, seja ela qual for. É bem mais simples do que muitos imaginam", escreveu.
Em comunicado, a Gol esclareceu que o equipamento utilizado para levar os deficientes físicos até o interior da aeronave não estava disponível no momento do embarque. A companhia lamentou o ocorrido e afirmou que tomará as medidas necessárias, para que casos como esse não voltem a acontecer.
A Infraero anunciou que os procedimentos de embarque e desembarque de passageiros são de responsabilidade das empresas aéreas, podendo apenas oferecer suporte de infraestrutura quando necessário. Por meio de sua assessoria de imprensa, a estatal informou que a partir de 2015, por meio da resolução 280/2013 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a administração dos aeroportos deverá oferecer o equipamento para embarque e desembarque de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.
"A Infraero destaca que concluiu o processo de aquisição de 15 ambulifts, totalizando investimento de R$ 9,68 milhões. Essa melhoria fará com que os aeroportos administrados pela Infraero atendam aos requisitos e prazos estipulados pela resolução da Anac, incluindo o Aeroporto de Foz do Iguaçu", finaliza a nota.
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