Figura ilustre do Recôncavo Baiano, Dona Canô era referência para artistas e políticos| Foto: Leonardo Wen/Folhapress

Caetano Veloso e Maria Bethânia ajudaram a carregar o caixão da mãe, Dona Canô, de casa para o velório, que ocorre no Memorial Caetano Veloso, em Santo Amaro (67 km de Salvador). Dona Canô morreu na madrugada desta terça-feira (25), aos 105 anos. O enterro será na quarta-feira (26).

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Rodrigo Velloso, um dos oito filhos de Dona Canô, disse durante o velório que a morte do arquiteto Oscar Niemeyer, no dia 5, aos 104 anos, mexeu bastante com a matriarca da família Velloso.

"Eu disse para (Maria) Bethânia: "Tô achando minha mãe meio jururu...' Ela comentava com a gente: "Você viu, Niemeyer também nasceu em 1907'. Por causa disso, sugerimos levá-la para um hotel, o Othon, em Salvador, onde ela gostou muito de ficar na época do show de Bethânia (no dia 1º de dezembro)."

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Ainda segundo Rodrigo, no hospital Dona Canô ficava repetindo: "Quero ir para Santo Amaro, quero morrer em minha casa".Ele acrescentou que Caetano afirmou, no sábado, que a família a levaria "na raça". Para isso, precisou assinar um termo de responsabilidade. Médicos acharam que ela não suportaria uma hora de viagem.

"Foi uma data bonita (que ela morreu), mas acabou com o nosso Natal. Marca muito", completou Rodrigo.

De acordo com Jorge Portugal, poeta e educador, na sexta, antes de receber alta do hospital, ela lhe disse: "Meu compadre, estou indo para o céu".

Ainda segundo ele, há "um misto de desolação e conformação, porque ela já vinha sofrendo muito".

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