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A proporção de casal com filhos no total de famílias brasileiras caiu de 62,8% em 2001 para 50,5% em 2008, de acordo com análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). "Essa é uma redução muito rápida, muito drástica, para um período de tempo considerado tão curto em demografia", disse a pesquisadora do Ipea Ana Amélia Camarano, que desenvolveu o estudo junto com Solange Kano.

Todos os demais tipos de família aumentaram suas participações no total de famílias nas comparações de 2001 e 2008. O casal sem filhos teve um aumento de 11,7% para 15,7%. O porcentual de mulher vivendo sozinha passou de 6,2% para 8,9%. A família de mãe com filhos teve sua proporção ampliada de 12,3% para 15,4%. O homem morando sozinho, que representava 5,4% em 2001, passou para 7,5%. A menor variação na proporção do total de famílias foi a de pai com filhos, que passou de 1,6% para 1,9%.

Fecundidade

Em apresentação no Ipea no Rio, Ana Amélia Camarano também observou que a taxa de fecundidade entre 1992 e 2008 caiu em todas as faixas de renda. Em 1992, a taxa variava de quase cinco filhos por mulher entre as 20% mais pobres para mais de um por mulher entre as 20% mais ricas. Em 2008, a variação é de cerca de três filhos por mulher entre as 20% mais pobres a aproximadamente um filho por mulher entre as 20% mais ricas. "Um filho por mulher é uma taxa extremamente baixa, mais baixa que a de alguns países europeus", disse a especialista.

Ela lembrou que a taxa de fecundidade no Brasil, de 1,8 filho por mulher, já está abaixo da taxa de reposição e, a partir de 2030, a população brasileira deve começar a diminuir em termos absolutos, passando de 206,8 milhões em 2030 para 204,7 milhões em 2040.

"A participação dos idosos na população está aumentando, vai ser muito maior e o mercado de trabalho tem que se adaptar a isso", disse. A taxa de crescimento do grupo dos que tem 80 anos ou mais de idade já está acima de 4% ao ano e a do grupo entre 60 e 79 anos está bem próxima a 4% ao ano.

Gravidez na adolescência

A pesquisadora também observou que a taxa de fecundidade na adolescência (entre 15 e 19 anos, no estudo) diminuiu entre 1992 quando para cada mil meninas adolescentes nasciam 91 filhos, e 2008, quando foram 69 filhos para mil adolescentes. "O que mudou é que agora tem mais adolescentes mães que moram com os seus pais ou avós ou que saem de casa e viram chefes de família", disse.

A proporção de mulheres de 15 a 19 anos que são mães e continuam morando com os pais passou de 28,4% do total que tiveram filhos em 1992 para 38% em 2008. A das que são mães e moram com os avós subiu de 12,4% para 16,0%. As que saíram da casa dos pais e viraram chefes de família passou de 1,9% para 6,1%. Já a das mães adolescentes com cônjuge caiu de 55,8% em 1992 para 38,8% em 2008.

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