Paris - Parte importante do mistério sobre a queda do voo Air France 447, que realizava o trajeto Rio de Janeiro-Paris em 31 de maio de 2009, está perto de ser desvendado. O Escritório de Investigação e Análise para a Aviação Civil (BEA) da França anunciou ontem, em Bourget, nas imediações de Paris, que espera localizar até amanhã os destroços do Airbus A330 desaparecido no Atlântico. Robôs-submarinos vasculham um quadrilátero de 200 quilômetros quadrados no qual o avião teria afundado, depois de ter iniciado uma rota de retorno ao Brasil instantes antes da queda.
O provável ponto do fundo do mar em que os restos do aparelho estariam foi anunciado pela Marinha da França na última quinta-feira, em Paris. Graças a um software inovador desenvolvido pela empresa de alta tecnologia Thales, sinais captados pelos sonares que realizaram a primeira fase das buscas, entre 10 de junho e 10 de julho de 2009, puderam ser decriptados.
A região tem 200 quilômetros quadrados, situa-se ao sudoeste da área de buscas delimitada por especialistas europeus e norte-americanos em dezembro de 2009 e é caracterizada por uma profundidade que varia entre 2,6 mil metros e 4,6 mil metros. A eventual localização dos restos do Airbus, entretanto, não significa que haja um prazo para seu resgate do fundo do mar. As caixas-pretas terão primeiro de ser encontradas em meio às peças do avião. Além disso, nada assegura que seus dados serão legíveis depois de um ano sob o desgaste provocado pela água salgada. "Quero adverti-los para a elaboração de cenários e hipóteses prematuras. Antes de mais nada, porque ainda não localizamos os destroços", disse o diretor do BEA, Jean-Paul Troadec. "E, mesmo que venhamos a encontrá-los na zona de pesquisa atual, nada garante que poderemos concluir o que aconteceu no acidente. O BEA continuará muito prudente", acrescentou.
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