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Na lenda natalina o som dos guizos das renas anuncia a chegada do Papai Noel. Em muitos estabelecimentos comerciais é o tilintar das moedas que avisa da passagem do velhinho generoso. Ou pelo menos o que ele significa: a chegada de um regalo. São as caixinhas de Natal, comum em lanchonetes, cafés, estacionamentos, salões de beleza. Em diversos formatos e com variadas mensagens que vão do imperativo "Contribua com a caixinha dos funcionários", passam pelo correto "obrigado" e finalmente chegam ao "Feliz Natal", esse método de arrecadação pode não deixar os trabalhadores ricos, mas bem alegra quem recebe.

"Colocamos em novembro e abrimos no Natal. O dinheiro arrecadado é dividido entre as funcionárias", conta a zeladora de um café no centro de Curitiba, Marlene Oliveira, ela, que a cada tim-tim da moedinha caindo, não deixa de agradecer, mesmo que de costas para o cliente, durante o preparo de um capuccino. No ano passado, Marlene ganhou R$ 100 e gastou em presentes. Os funcionários de uma lanchonete, também no centro da cidade, preferem dividir de outra forma. "Com os R$ 400 que ganhamos em 2004 fomos todos a uma churrascaria, e ainda deu para levar a família e os patrões", lembra Welton Ferreira.

Em alguns estabelecimentos, no entanto, as caixinhas costumam perdurar durante todo o ano. "Ela fica ali todos os meses, mas as contribuições são mínimas. No Natal é que as pessoas estão mais generosas", conclui a gerente de uma casa de sucos, Cristiane Neves.

Já em um estacionamento na rua André de Barros, as moedas tilintam menos, mas arrecadação é corpulenta com um Papai Noel. É que muitas doações vêm nas silenciosas e bem-vindas cédulas. No Natal passado entraram na caixinha mais de R$ 1,6 mil. "Acho que é um retorno pelo bom atendimento", acredita o manobrista Ailson Gomes, que engordou seu orçamento de dezembro em R$ 200. "Gastei na praia."

Segundo os funcionários, a maior arrecadação, até o momento, foi de um cliente que deixou R$ 50. Com uma contribuição de R$ 10, o funcionário público Carlos Stella, também está entre os grandes colaboradores. "Sempre sou muito bem atendido. Eles merecem." O representante comercial Paulino Moraes é outro que acredita que vale a pena contribuir. "É uma ajuda mais do que merecida pois, além de terem uma remuneração menor, eles são sérios, zelosos e merecem todo nosso respeito."

Cartões

Outra categoria de trabalhadores que costuma aproveitar o Natal para arrecadar fundos para as festas’ é a dos garis. O costumeiro cartãozinho entregue nas casas, rende alimentos, bebidas e algum dinheiro. Também, quem resiste àquele bom humor eterno vindo de quem trabalha com algo que não cheira nada bem. A prática, porém, é proibida na empresa responsável pela limpeza pública de Curitiba, a Cavo. "Não permitimos a entrega desses cartões por facilitarem a ação de pessoas mal intencionadas, que chegam até a confeccionar uniformes e crachás semelhantes para se aproveitar da boa vontade das pessoas", revela o supervisor operacional da Cavo, Ricardo de Souza. Segundo ele, as colaborações podem acontecer, mas precisam ser espontâneas e devem ser entregues diretamente aos garis, na presença dos caminhões.

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