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Ponta Grossa e Foz do Iguaçu – Vanessa Kelly de Oliveira, 2 anos, está inscrita no Leite das Crianças desde que o programa chegou a Ponta Grossa, há um ano e meio. A menina recebe seis litros do produto por semana. O alimento é dividido com o irmão Jonathan – que aos 5 anos já ultrapassou a idade limite para o benefício, mas ainda não deixou a mamadeira. Para a diarista Nazarina de Fátima e o pedreiro Altevir Lopes de Oliveira, pais das crianças, a distribuição gratuita é a única forma de garantir quantidades mínimas do alimento. Mas nem todo dia a bebida está disponível. Em Ponta Grossa, o leite não é fornecido aos domingos.

Representante do governo estadual no comitê gestor do programa, Leni Kühl de Souza explica que vários fatores influenciaram a decisão de entregar produto suficiente para seis e não sete dias. Como o programa utiliza principalmente a estrutura das escolas públicas, a entrega fica condicionada ao calendário escolar. A possibilidade de fornecer na sexta-feira três litros de leite (e não dois) foi descartada porque muitas mães não possuem geladeira e a bebida poderia estragar no fim de semana.

"Precisávamos contar com a disposição de pessoas e o trabalho teria de ser voluntário", diz o coordenador-geral do comitê municipal, Otávio Mainardes. Leni Kühl afirma que, caso não houvesse problema de logística, o estado bancaria o leite para os sete dias.

O coordenador regional do programa, Oscar Weller, reconhece que Ponta Grossa é o único município dos 18 que gerencia que não entrega leite suficiente também para o domingo. Ele alega que utiliza a estrutura de 17 escolas municipais dentre os 47 pontos de distribuição e que as unidades da cidade não funcionam aos sábados. Além disso, o coordenador afirma que não conseguiu ainda ceder refrigeradores para os estabelecimentos municipais, que acabam usando a estrutura própria, mas não têm capacidade para armazenar também o leite para o domingo. Atualmente, são atendidas 5.290 crianças em Ponta Grossa.

Informais

Em Foz do Iguaçu, a distribuição do leite está beneficiando famílias que sobrevivem do trabalho informal no Paraguai. O bairro Cidade Nova é um dos exemplos. Lá, a maioria dos moradores atua como laranja (puxador de mercadorias) no comércio de Ciudad del Este. Em toda cidade, são distribuídos 136.896 mil litros de leite ao mês para 4.416 crianças em 23 das 27 escolas estaduais.

A dona de casa Nelci Miguel, 36 anos, busca o leite todas as semanas para dois netos. A mãe das crianças tem 17 anos e trabalha no Paraguai. "Ela não teria condições de comprar um litro por dia porque ganha pouco. Aí, eu e o meu marido teríamos que ajudar", diz. O leite que chega a Foz é fornecido por quatro laticínios da região. A gerente da Lactomil de Serranópolis do Iguaçu, Cleonice Malacarne, diz que o setor produtivo está ganhando porque a venda é garantida .

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