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Brasília – Fragilizados pela demissão de Silas Rondeau, que deixou o Ministério de Minas e Energia sob a acusação da Polícia Federal de ter recebido propina de R$ 100 mil da empreiteira Gautama, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador José Sarney (PMDB-AP) indicaram para a pasta um técnico, ligado à ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), para evitar novos desgastes. A indicação de Márcio Pereira Zimmermann foi decidida horas antes, durante reunião, na residência da presidência da Senado, entre Renan, Sarney e o ex-ministro Silas Rondeau, que avaliou os quadros técnicos do ministério.

Silas conhece Zimmermann porque ambos ocuparam vários cargos no setor elétrico nos últimos 20 anos. A cúpula do PMDB do Senado fez essa opção para dividir responsabilidades e tirar de seus ombros o peso de especulações e boatos que acompanhariam qualquer indicação política.

À tarde, por telefone, Renan indicou ao presidente Lula o nome do atual secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do ministério, o catarinense Zimmermann, para ocupar o posto em nome do PMDB.

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A decisão e o anúncio deverão ser feitos por Lula até amanhã. Uma fonte do governo disse que a Casa Civil chegara a submeter alguns nomes ao presidente, entre os quais o de Zimmermann, mas que Lula os rejeitou dizendo que esperava as indicações do PMDB.

"Agora é com o Lula", disse o presidente do Senado ao chegar, à tarde, em seu gabinete. "É preciso emplacar e agradar", resumiu o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

A mudança na pasta vai retardar ainda mais o processo de nomeações para as principais empresas estatais do setor como Eletrobrás, Eletronorte, Eletrosul, Furnas e Chesf. O PMDB da Câmara chegou a acertar com Lula a indicação de Luiz Paulo Conde, secretário de Cultura do Rio, para a presidência de Furnas. A nomeação foi atropelada pela Operação Navalha, e as negociações para esses postos voltaram à estaca zero.

Dilma

Zimmermann foi nomeado secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia pela então ministra Dilma Rousseff, em janeiro de 2005. Catarinense de Blumenau, se formou em engenharia na PUC-RS, com pós-graduação em Engenharia de Sistemas Elétricos pela Universidade Federal de Itajubá (MG). Foi presidente da Companhia Estadual de Energia do Rio Grande do Sul (CGTEE) quando Dilma era secretária de Energia na gestão do governador Olívio Dutra. Também foi presidente dos Conselhos de Administração da Eletrosul e do centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel) e integrou os Conselhos de Administração da Celesc, da Chesf e da ONS.

Para tentar conter os efeitos da crise, Lula convocou para hoje, às 8h30, uma reunião do Conselho Político. Oficialmente, o tema da reunião será a reforma política. Mas, na prática, a crise aberta com a Operação Navalha deve dominar o encontro.

Apesar do acerto entre Renan, Sarney, Lula, Silas e Dilma, a escolha do novo ministro ameaçava ontem abrir uma nova disputa no PMDB. A bancada do PMDB no Senado ensaiou uma rebelião contra a hegemonia de Renan e Sarney na interlocução com o Palácio do Planalto. Um grupo de senadores, entre eles Pedro Simon (RS), Mão Santa (PI) e Garibaldi Alves, elaborou uma nota solicitando ao líder do partido, senador Valdir Raupp (RO), que convocasse uma reunião para que todos da bancada pudessem opinar na indicação do sucessor de Rondeau.

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