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Atualizado no dia 17/01/06, às 9h45

O forte calor das últimas semanas apresenta os opostos que o verão traz consigo. Se para quem está no litoral paranaense o tempo abafado agrada, a falta de chuvas é vista como uma desgraça pelos agricultores do interior, sobretudo nas regiões Oeste e Sudoeste do Paraná. Nem mesmo na capital as altas temperaturas são bem-vindas. Para se ter uma idéia, Curitiba registrou 34,8ºC durante a tarde desta segunda-feira. Isto corresponde ao dia mais quente já registrado desde 1970.

Entretanto, a chegada de uma frente fria vinda do Rio Grande do Sul nesta terça-feira (17) promete aumentar a quantidade e a distribuição das chuvas em todo o estado. Mas o que poderia ser motivo de comemoração deve ser visto com ressalvas.

De acordo com o meteorologista Itamar Moreira, do Instituto Tecnológico Simepar, a massa de ar frio deve perder força à noite. "A quantidade de chuva deve aumentar, mas não vai resolver a situação dos agricultores. Vai apenas amenizar um pouco a estiagem", afirma Moreira.

Ainda segundo o meteorologista, as altas temperaturas nas duas primeiras semanas de 2006 não são normais para o período. "No Norte do estado, a previsão para todo o mês de Janeiro era de chuvas em torno de 200 milímetros. Porém, passada mais da metade do período, choveu apenas 50 milímetros", completa. E a situação do Norte paranaense se repete em todas as regiões.

Se as chuvas prometem não resolver o problema da estiagem, elas podem também tomar um rumo um pouco mais danoso em algumas localidades. De Brasília, a Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), do Ministério da Integração Nacional repassou um alerta para os três estados da região Sul do Brasil sobre a possibilidade de temporais, acompanhados de trovoadas.

No Paraná, não existe nenhum ponto de risco previamente em alerta. É o que afirma o tenente Pinheiro, do Corpo de Bombeiros. "A região que requer mais cautela é o Sudoeste do Paraná. Mas esperamos que não seja algo periclitante. O que existe até o momento é o alerta nacional, que não surpreende, é uma medida de praxe", assegura o tenente.

Pinheiro afirma que o trabalho em conjunto entre Defesa Civil e Simepar tende a evitar incidentes como os de São José da Boa Vista. No dia 2 de janeiro, a cidade, que fica no Norte Pioneiro, foi atingida por uma tempestade, que como saldo deixou 80 pessoas desabrigadas, além de destelhar e destruir diversas casas.

Agricultura

A possibilidade de chuvas, ainda que passageiras, é vista com bons olhos pela Secretaria Estadual de Agricultura. De acordo com Methódio Groxko, técnico do Departamento de Economia Rural, um levantamento dos prejuízos já causados pela estiagem no interior só estará disponível no fim de Janeiro.

"Estamos fazendo os estudos em conjunto com outros órgãos, e ao fim do mês, o secretário (Orlando Pessuti) deverá se pronunciar sobre a situação", confirma Groxko. O técnico ainda afirma que o principal problema não é a estiagem em si, mas as altas temperaturas que acabam dizimando plantações, sobretudo as de milho, a cultura mais prejudicada pelo forte calor.

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