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Maria Lúcia, mãe de João Francisco, foi a primeira a socorrer o adolescente, e diz que não apareceu ninguém da UFPR para ajudar | Marcelo Elias/Gazeta do Povo
Maria Lúcia, mãe de João Francisco, foi a primeira a socorrer o adolescente, e diz que não apareceu ninguém da UFPR para ajudar| Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo

Atendimento

UFPR iniciará apuração

A Universidade Federal do Paraná informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que vai apurar o que ocasionou o quadro de João Francisco Medeiros e verificar se houve o uso de substâncias com teor alcoólico acima do permitido nas dependências da instituição.

A UFPR esclareceu que não tem nenhuma regulamentação própria acerca do uso de bebidas alcoólicas em seus prédios, mas que obedece ao previsto em legislação federal, que veta apenas substâncias com mais de 12 graus de teor alcoólico.

A instituição ainda informou que a ambulância foi acionada às 15h29 por um funcionário da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis que não estava no local, mas foi informado sobre a ocorrência pelo guarda da portaria do câmpus. Depois do acionamento, a viatura teria chegado em seis minutos. O evento não contava com ambulatórios. O atendimento de emergência é feito por uma empresa terceirizada que estava de sobreaviso no dia.

De acordo com a assessoria de imprensa da UFPR, além dos funcionários da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis, estavam presentes 21 monitores no evento, que teve a participação de 2 mil alunos. Estes não teriam acudido João Francisco porque ele estava próximo à saída do câmpus, enquanto os monitores se concentravam no ponto onde acontecia o trote. (PC)

O calouro da Universidade Federal do Paraná (UFPR) que teve de ser internado na UTI após desmaiar quando participava do trote realizado na instituição na sexta-feira teve alta do Hospital das Nações na tarde de ontem. João Francisco Medeiros, 17 anos, não sofreu nenhuma lesão grave devido à queda. Os pais do garoto pediram a realização de exame toxicológico para saber se o quadro dele foi ocasionado pela ingestão de alguma substância. Eles reclamam que a universidade não estaria preparada para atender ocorrências como essa.

Os pais de João Francisco preferiram que o garoto não se ma­­nifestasse. Eles dizem que a me­­mó­­ria do garoto sobre o que aconteceu está confusa e que ele po­­deria relatar algo que não ocorreu. O pai, Francisco Carlos Nogueira, disse que conversou ao telefone com o reitor da UFPR, Zaki Akel, e que teve a promessa de que o ocorrido será apurado. De acordo com assessoria de imprensa, uma investigação deve apontar se alguma norma foi quebrada (ver ao lado).

Nogueira vai esperar o resultado da apuração e quais medidas serão tomadas pela instituição para decidir se entra na Justiça com uma ação contra a universidade. "Esperamos que os responsáveis pela situação sejam punidos e que a instituição faça justiça para eu não ter de entrar na Justiça. Se o exame toxicológico apontar a presença de uma substância que possa ter induzido o quadro do João, ela servirá como prova", explicou.

Os pais disseram que não foram acudidos por funcionários da instituição e que, por isso, tiveram de esperar mais de 30 minutos pela chegada de uma ambulância. Eles protestaram contra o fato de não haver ambulatórios no local. "Eu mesmo tive de mover os cavaletes para que a ambulância pudesse parar no local. Essa é a maior indignação: eles articulam a Diretran para controlar o trânsito, os cursinhos para participarem da festa, mas não estão preparados para atender algo assim", protestou Nogueira. A ambulância foi acionada por um funcionário da UFPR que não estava no local.

João Francisco desmaiou e teve convulsões quando participava do trote realizado no câmpus de Ciências Agrárias da UFPR, no bairro Cabral. De acordo com os pais, o garoto, aprovado no vestibular para o curso de Geografia, estava na barraca do curso de Medicina quando estudantes o teriam induzido a ingerir uma substância de cor vermelha. Depois disso, ele começou a vomitar e foi conduzido por dois amigos para a entrada do câmpus, onde desmaiou, batendo com a cabeça no chão.

O fato teria acontecido pouco antes das 15 horas. Foi a mãe de João Francisco, Maria Lúcia Medeiros, quem encontrou o garoto sendo "cuidado" pelos dois amigos. "Não apareceu nenhum monitor da universidade. Algumas pessoas tentaram ajudar, mas não encontraram ninguém", relatou.

Estava no trote? Conte o que você viu por lá!

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