Aprovado em primeiro lugar no curso de Química da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Guilherme Cardoso de Souza, de apenas 13 anos, deve ganhar uma bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) do Ministério da Educação (MEC). Ele foi convidado para trabalhar em um projeto desenvolvido na universidade e deve receber um auxílio mensal. Outro prêmio que está quase nas suas mãos é o troféu RankBrasil O Livro dos Recordes Brasileiros. Ele pode receber a condecoração ainda hoje, por ser o universitário mais novo do país.
No dia do resultado, na última sexta-feira, Guilherme estava em Caiobá, no Litoral do Paraná. De volta a Curitiba, ele disse que ficou emocionado com o resultado e não sabe ainda como vai ser a nova fase de sua vida. "Acho que vai ser diferente, porque na faculdade é tudo diferente", comentou o garoto, que está escrevendo um livro para o ensino de Química no ensino médio. Ele fará 14 anos em 28 de março.
A mãe de Guilherme, Edna Lopes Cardoso, diz que está feliz e preocupada ao mesmo tempo. "Faculdade é totalmente diferente. No colégio Bom Jesus (onde concluiu o ensino médio) ele era um xodó, todo mundo o conhecia e eu não me preocupava. Mas na universidade há pessoas com outras idades, outros vícios. Alguns podem gostar dele por ser o mais novo, mas outros podem odiá-lo. Na faculdade, é cada um por si", disse Edna, que trabalha como diarista e não frequentou a escola.
Prodígio
Segundo Edna, Guilherme aprendeu sozinho a ler e escrever aos dois anos de idade. Ela tentou colocá-lo em uma escola pública com cinco anos, mas não conseguiu. Foi orientada a procurar uma escola particular. Aos sete anos ele foi matriculado na Escola Municipal Guilherme Braga Sobrinho. As professoras perceberam o aprendizado rápido do menino, que passou a fazer dois anos em um. Fez a 1ª e 2ª séries de uma só vez e no ano seguinte a 3ª e a 4ª. Com nove anos foi estudar no Centro de Atenção Integral à Criança (CAIC) onde fez da 5ª à 7ª séries em um ano. Por fim, a partir da 8ª série estudou no colégio particular Bom Jesus, uma das escolas parceiras do Instituto Bom Aluno (leia ao lado).
No colégio ele passou a ajudar o professor de Química, dando aulas de reforço. "Ele desenvolveu métodos diferentes de ensinar Química para que os alunos possam ter mais amor pela disciplina", comentou a mãe. São essas estratégias que Guilherme está registrando no livro que está escrevendo. O superdotado contou que começou a desenvolver os métodos ajudando os primos nas tarefas de casa.
Bolsa
Depois de uma reportagem veiculada na televisão, o garoto foi convidado para ser bolsista do projeto "Ontem, licenciando de Química: formando-se docente. Hoje, professor de Química: formando docentes", das professoras Sônia Haracemiv e Liane Barboza, ambas da UFPR. "Me chamou a atenção ver o menino ensinando, saber que ele está escrevendo um livro e ainda dizer que gostaria de ser professor de Química. É difícil formar professor nesta área. Em 23 anos de magistério eu consegui formar uma professora que continua atuando", disse Sônia.
O projeto é registrado no CNPq e dá direito a uma bolsa mensal no valor de R$ 259. Segundo Sônia, assim que Guilherme fizer a matrícula na universidade, ela encaminhará o nome dele para Brasília. "Isso demora um tempo, mas ele deve ser contemplado com a bolsa, pois o bolsista atual está se formando", explicou.
Edna conta que a ajuda financeira será importante para o desenvolvimento de Guilherme. Parece que estou sonhando. Ele tem inteligência, mas não é suficiente. Ele precisa de um computador mais rápido. Ele tem potencial para fazer o que quiser e ama estudar, mas, como ganho R$ 870, fica difícil."
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