Brasília – O presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PC do B-SP), reuniu ontem os líderes dos partidos para discutir o ritmo das votações na Casa. O resultado do encontro foi apenas uma declaração de intenção de votar duas das dez medidas provisórias (MPs) que trancam a pauta por não terem sido analisadas no prazo constitucional. Ainda assim, essas duas MPs só poderão ser votadas se houver quórum nesses dias.

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No encontro de Rebelo com os líderes, nem ao menos foi acertado um calendário para a desobstrução da pauta. A tentativa será a de votar a MP 314, que abre um crédito extraordinário de R$ 698,7 milhões para alguns ministérios, e a 315, que trata da flexibilização cambial e permite que exportadores mantenham no exterior 30% dos dólares conseguidos com as vendas externas. A MP seguinte na pauta de votações é a que define um reajuste de 5,01% para as aposentadorias superiores a um salário mínimo pagas pela Previdência Social. Essa medida, no entanto, só entrará na pauta na próxima semana.

O líder do PFL, deputado Rodrigo Maia (RJ), disse há pouco que seu partido continua na oposição, mas aceita diálogo com o governo Lula dentro do Congresso. Para a semana que vem, conforme afirmou após a reunião de líderes, a oposição está disposta a desobstruir a pauta do Plenário.

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Na opinião do vice-líder do governo, deputado Beto Albuquerque (PSB- RS), o Congresso tem obrigação moral de limpar a pauta antes do fim da legislatura, que termina em 31 de janeiro. "Há dez MPs trancando a pauta. Temos que votar o Fundeb e terminar de votar a PEC do voto aberto", afirmou.

Segundo o vice-líder, a base do governo está mobilizando os parlamentares para que a votação ocorra ainda hoje. O problema, ressaltou Rodrigo Maia, é a operação-padrão dos controladores do tráfego aéreo, que tem atrasado vôos nos principais aeroportos do país e impedido a chegada de parlamentares a Brasília.