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Por maioria absoluta, os vereadores reprovaram nesta terça-feira, em primeira votação, as contas do município do ano 2000, dos ex-prefeitos Antonio Belinati (PP) e Jorge Scaff. Os vereadores votaram cada um dos nove quesitos considerados como irregularidades, elencados no parecer do Tribunal de Contas (TC) do Paraná. Scaff assumiu o cargo após a cassação de Belinati naquele ano (Belinati acaba de ser eleito deputado estadual). Embora a votação tenha sido tranqüila, os vereadores reclamaram do fato de as contas não terem sido votadas separadamente, porque o TC não permitiu o desmembramento.

"O Belinati vai ser julgado por cinco meses e o Scaff pelo resto?", indagou o vereador Flávio Vedoato, vice-presidente da Comissão de Justiça. "O Tribunal de Contas agiu errado em não separar. O órgão agiu politicamente e não tecnicamente. Aquilo lá só serve para cabide de emprego mesmo", criticou o vereador Renato Araújo, após votar não em todos os quesitos. Perguntado sobre a motivação dos votos favoráveis a Belinati e Scaff, Araújo atestou que as irregularidades existem, mas que "são sanáveis". "O que devemos saber é se houve crime para que o Ministério Público possa tomar medidas quanto às irregularidades", declarou Araújo, ex-presidente da Câmara e homem de confiança do ex-prefeito Belinati à época. Na análise das contas não há referências ao caso AMA-Comurb, marcado pelo desvio de dinheiro da prefeitura principalmente nos anos de 1998 e 1999.

Araújo apontou que a própria Câmara aprovou os projetos de lei que permitiram aos dois ex-prefeitos implementar as medidas que agora são consideradas irregulares pelo TC. "Foi a própria Câmara que aprovou a permissão para dar cestas básicas aos servidores municipais, a destinação de verbas ao Grêmio Londrinense e também a Rav (gratificação para servidores)", argumentou o vereador. "A Câmara é que deveria é ser reprovada junto", irritou-se.

Enquanto a bancada de apoio ao prefeito Nedson Micheleti (PT) dava sim a todos os quesitos, o sobrinho de Belinati, vereador Marcelo Belinati (PP), se absteve nas votações. "Esse julgamento deveria ser isento e me abstive por ser parente. A meu ver, friamente, não há motivos nem para a Câmara nem para o TC reprovar as contas. São apenas irregularidades formais", avaliou. "E irregularidades formais todos os prefeitos cometeram", afirmou, em referência à Frente de Trabalho, criada na gestão de Wilson Moreira, aumentada com Luiz Eduardo Cheida e Belinati até ser dissolvida pelo prefeito Nedson Micheleti, após determinação do Ministério Público.

Depois da votação em segundo turno, na quinta-feira, caso as contas sejam definitivamente reprovadas, a Câmara deve editar um decreto legislativo com o resultado. O documento será enviado ao TC, Ministério Público e Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Nessa hipótese, Belinati e Scaff estariam inelegíveis. Como o ex-prefeito foi eleito deputado estadual antes da decisão da Câmara, ainda não é possível afirmar se ele poderá ou não tomar posse.

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