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Um camaronês que entrou clandestinamente em um navio de bandeira maltesa e tripulação turca foi abandonado à deriva no mar a 8 milhas náuticas (14,8 quilômetros) da costa brasileira. Antes de ser expulso da embarcação, ele teria sido torturado e sofrido ofensas racistas. A vítima foi resgatada por um navio que vinha do Chile e trazido a Paranaguá, no Litoral do Paraná. O caso é investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal (PF). O nome da vítima não foi divulgado.

Segundo nota da Procura­doria da República do Estado do Paraná, a vítima embarcou no navio em Porto de Douala (Camarões). Em depoimento, ele relatou que ficou escondido por oito dias até que sua água e comida acabaram. O camaronês afirma que, assim que foi descoberto, foi agredido com tapas no rosto e chutes no peito até desmaiar. Ele contou que um dos agressores dizia que "não gostava de preto" e que "todos eram animais".

A vítima disse ter sido mantida presa por 11 dias em uma cabine de 6 metros quadrados e que era impedido de dormir. Passado esse tempo, teria sido expulso do navio. Os tripulantes teriam dado a ele uma lanterna e 150 euros. Ele foi obrigado a deixar a embarcação em um pallet (estrutura de madeira usada no transporte de cargas), no qual permaneceu à deriva por 11 horas, até ser resgatado.

No depoimento, o camaronês disse ter escondido uma fotografia no cômodo para comprovar que ele esteve na embarcação. Buscas feitas no navio sob suspeita, que está atracado em Paranaguá, confirmaram essa informação. Segundo o procurador da república em Paranaguá Alessandro José Fernandes de Oliveira, a tripulação sob suspeita de ter torturado e abandonado o clandestino é formada por 19 pessoas. Todas permaneceram em silêncio durante depoimento. Os acusados estão em liberdade vigiada e proibidos de deixar a cidade.

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