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A apresentadora Adriane Galisteu e o casal de mestre-sala e porta-bandeira comemoraram no barracão da Unidos da Tijuca | Wilton Junior/AE
A apresentadora Adriane Galisteu e o casal de mestre-sala e porta-bandeira comemoraram no barracão da Unidos da Tijuca| Foto: Wilton Junior/AE

Rio de Janeiro - Foram seis anos de espera, dois vice-campeonatos e uma passagem traumática por outra escola, mas finalmente o carnavalesco Paulo Barros se sagrou campeão do Carnaval carioca, ontem, com a Unidos da Tijuca. É o segundo título da agremiação, que só vencera em 1936. Alvo de críticas de outros carnavalescos por "espetacularizar" os desfiles e "militarizá-los" com um excesso de alas coreografadas, Barros fez um desfile mais leve – com apenas seis alegorias, das oito habituais – e mesclou suas marcas com alegorias clássicas e mais bem acabadas para desenvolver o enredo "É segredo".

A fórmula deu resultado, e a Tijuca deixou para trás outras forças, como Grande Rio, em segundo lugar; Beija-Flor, em terceiro; Vila Isabel, em quarto; Salgueiro, em quinto; e Man­gueira, em sexto. Todas voltam no sábado à Sapucaí, no desfile das campeãs. A colocação da Vila Isabel, que era uma das favoritas com um enredo sobre Noel Rosa e samba de Martinho da Vila, revoltou seu presidente, Wilson Vieira Alves, o Moisés. Ele disse que vai pedir, pela primeira vez, mudanças no corpo de jurados.

Para ganhar o título, Barros disse que precisou amadurecer. Mas manteve sua prioridade: surpreender o público, como na comissão de frente, em que bailarinas trocavam de roupa durante truques de ilusionismo. No desfile deste ano havia apenas duas "alegorias vivas": a dos super-heróis, com Batmans esquiando, e o último carro, cujos movimentos formavam um pavão, símbolo da escola.

A escola apresentou uma comissão de frente totalmente inovadora, onde as mulheres trocavam de roupa em um passe de mágica. Como o regulamento permite somente 15 componentes, foi usada uma alegoria para esconder os demais integrantes. Coreografada, a comissão fez um show na avenida, e os componentes fizeram uma apresentação com truques do ilusionismo.

A coreógrafa Priscilla Mota disse que foram quase quatro meses de ensaios diários. "Ensaiamos exaustivamente. Muitas vezes de madrugada no sambódromo. Queríamos mesmo manter o segredo, o mais bem guardado da escola certamente", disse. Segundo ela, Paulo Barros teve a ideia a partir de um show de ilusionismo a que assistiu.

Outra das novidades apresentadas por Barros foi uma intervenção na bateria: mafiosos armados chegavam em um carro preto, mas passavam mensagens de paz, já que na ponta das metralhadoras havia bandeiras brancas que pediam o fim da violência. Os ritmistas estavam vestidos de gangsters e fizeram paradinhas e coreografias. Grá­vida de três meses, a apresentadora Adriane Galisteu foi a rainha da bateria.

Nascido em Nilópolis (Bai­­xada Fluminense), o ex-comissário de bordo Barros aprendeu a fazer carnaval ao ver as criações de Joãosinho Trinta no barracão da Beija-Flor. Em 2004, quando estreou na Tijuca, Barros levou o vice-campeonato após provocar grande impacto com o carro do DNA, um enorme cone humano representando o código genético. Em 2007 e 2008, ele passou pela Viradouro, escola rebaixada ontem.

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