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Desde o início do ano, já foram seis homicidios no pequeno município | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Desde o início do ano, já foram seis homicidios no pequeno município| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Município é pequeno e a economia ainda é frágil

Campo Magro é um pequeno município ao norte de Curitiba. Tem perto de 25 mil habitantes e foi criado em 1995, por iniciativa do então deputado estadual Orlando Pessuti, hoje vice-governador do Paraná. Até então, Campo Magro fazia parte do município de Almirante Tamandaré.

A economia do município ainda é bastante frágil. Baseia-se principalmente na fabricação artesanal de móveis, que responde por 60% de toda a entrada de dinheiro na cidade. Mesmo nesse ramo, porém, há muita informalidade e a maioria das fabriquetas ainda não é regularizada. A maior parte dos moradores, porém, vive no campo: cerca de 80% estão na área rural.

A cidade é bastante dependente de Curitiba e de outros municípios da região. Normalmente, a taxa de crimes é baixa e ainda não se sabe qual pode ser o motivo da onda de crimes na cidade.

Da Redação

O pequeno município de Campo Magro, na região metropolitana de Curitiba, virou palco de uma série de assassinatos nos últimos dias. Desde o início do ano, já foram registrados seis homicídios. Outros dois, com as mesmas características, foram registrados no fim do ano passado. A Polícia Civil investiga os crimes, mas ainda não tem todas as respostas.

A violência começou já no terceiro dia do ano, quando o corpo do jovem Ayslan Alves de Assump­­ção, 19 anos, foi encontrado em uma estrada rural da região com marcas de tiros e o rosto desfigurado. Não demorou para que o segundo crime ocorresse. No dia 5, outro jovem foi achado em uma pedreira. Kelvim Souza Barros morreu afogado, provavelmente assassinado.

No dia 8, foi a vez de Jefferson Motta da Luz, 24 anos. Dois dias depois, o pedreiro João Samuel Farias Mourão, 25 anos, foi executado na madrugada, no Jardim Boa Vista. No dia 19, Andrey Antero Carmo, 15 anos, foi encontrado morto com um tiro na boca.

No ano passado, o pedreiro Luiz Carlos Antunes, 30 anos, e Luciano Barros, 34 anos, também foram mortos por arma de fogo. O crime contra Luciano é o único que a polícia diz já ter elucidado. Porém, o acusado do assassinato encontra-se foragido.

A morte mais recente foi a de Kleiton Barbosa dos Santos, 19 anos. O rapaz foi morto com sete golpes de arma branca. Como nos outros casos, a Delegacia de Polícia Civil de Colombo, que responde pelo município, está fazendo as investigações. A Secretaria de Estado da Segurança Pública afirma que três dos mortos eram usuá­­rios de drogas.

Os moradores creem que os assassinatos fazem parte de uma série que teria começado no ano passado, e que já teria feito oito vítimas, contando com dois casos do ano passado.

Medo

Para um morador que não quer se identificar, os oito casos tem ligação entre si. Segundo ele, diz-se na cidade que existe uma lista de pessoas marcadas para morrer. Em frente de algumas casas do Jardim Boa Vista, onde ocorreu a maior parte das mortes, é possível ver uma marca pichada com as siglas SPL. Conforme moradores, a sigla é uma marca do extermínio. "A situação está ficando cada dia mais perigosa", diz ele.

Gustavo* sabe muito bem disso. Morador do Boa Vista, soube que seu nome figurava na possível lista. Abandonou sua casa. Seu nome foi marcado para morrer, diz ele, porque conhece as pessoas envolvidas nos casos. Com medo, ele se cala. "Eles querem limpar o bairro. Os traficantes grandes estão envolvidos, porque querem acabar com os pequenos e garantir o ponto".

*Nome fictício

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