Canaletas podem virar parque para pedestres

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As canaletas de ônibus, que tornaram Curitiba um caso de estudo no transporte coletivo do país, podem se transformar em um parque para pedestres em um futuro não muito distante. O estudo do Ippuc (Instituto de Pesquisas e Planejamento Urbano de Curitiba) para a implantação do metrô na ligação entre o Cabral e o Pinheirinho prevê que os trens passarão sob o atual caminho do ônibus, com alguns possíveis desvios.

Com isso, o espaço onde os ônibus passam hoje será remodelado. O estudo de paisagismo feito até o momento cria uma longa via em que o trânsito de carros quase não existirá. "Temos hoje um sistema com uma canaleta e pistas laterais para carros dos dois lados", lembra Luiz Henrique Fragomeni, presidente do Ippuc.

Ele conta que o projeto imaginado transforma as atuais canaletas em uma área para "não-motorizados". Seria como uma praça, no meio de duas pistas para carros. Mas mesmo as pistas laterais deverão ser mais "amigáveis" com os pedestres. "A idéia é reduzir o tráfego, passando quase tudo para as rápidas, circulando nestas vias apenas quem já vai parar em uma loja ou chegar em casa", diz.

Com a implantação da linha Cabral-Pinheirinho, as principais vias afetadas por esse novo sistema seriam a Avenida Sete de Setembro, no trecho entre o Centro e a Praça do Japão, e a Avenida República Argentina, desde o seu começo até o Pinheirinho. Alguns trechos da Avenida João Gualberto também poderão entrar no projeto.

"Claro que tudo isso por enquanto está apenas no plano das idéias", afirma Fragomeni. Segundo ele, apenas para fazer o projeto de engenharia do metrô com todos os detalhes necessários seriam precisos mais dois anos. Fragomeni acredita que a discussão e a implantação do metrô poderão levar dez anos a partir de agora. "O importante é que já estamos fazendo o debate, não vamos esperar o sistema saturar para depois pensar no que fazer", afirma.

O presidente do Ippuc aposta que com as mudanças haverá uma forte revitalização das áreas atingidas. "Acho que teremos até uma valorização imobiliária de algumas das avenidas próximas da linha, inclusive na Visconde de Guarapuava", diz. (RWG)