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A análise do perfil dos 11.150 candidatos inscritos na 11.ª edição do concurso Talentos da Maturidade, promovido pelo Banco Santander, mostrou um participante rejuvenescido. A média de idade baixou, comparada aos primeiros anos do concurso. "Quando a premiação foi lançada, tínhamos concorrentes de 80 a 90 anos Hoje em dia, por causa do reconhecimento e do estímulo ao protagonismo através da arte e da produção intelectual, os participantes estão mais jovens. Fazem suas inscrições assim que completam os 60 anos", avalia a psicóloga e gerontóloga Laura Machado, consultora do banco e uma das mentoras do Talentos da Maturidade.

O corte de idade é alinhado com as políticas públicas nacionais e internacionais para idosos. Mas o ritmo de vida e a longevidade do brasileiro mostram que atividade produtiva não tem idade. A tendência é que as pessoas trabalhem ou produzam por muito mais do que os 60 anos de vida. Laura compara o recorte do perfil dos concorrentes com uma mudança no olhar da sociedade sobre os idosos e deles sobre si próprios. "Reconhece-se o valor da experiência e da bagagem desse indivíduo, ainda que o envelhecimento tenha o ranço do preconceito e pouca gente aceite enxergar-se como velho. Mas é uma visão que vem mudando ao longo dos anos, estimulada pelo próprio movimento da sociedade", diz.

O Talentos da Maturidade recebeu quase 10% a mais de inscrições este ano, em relação a 2008. O concurso tem duas frentes: categorias artísticas (Música Vocal, Literatura e Artes Plásticas) e a de Programas Exemplares, que estimula o empreendedorismo na terceira idade ou projetos que prestem atendimento a idosos vulneráveis. Neste caso, a premiação pode ser de até R$ 70 mil em suporte financeiro, além de consultoria em negócios e gerontologia por até dois anos, dependendo dos resultados.

A categoria artística mais disputada foi a de Literatura, com 55,5% das inscrições. Manuel da Costa Pinto, presidente do júri, tem uma explicação para o fenômeno. "Escrever não requer aprendizado de uma nova ferramenta. A gente usa uma matéria-prima básica, que é a linguagem. Colocar no papel sentimentos e emoções é o primeiro passo. Depois, o desafio é transformar isso tudo em literatura. É o fio tênue que distingue narrativa de arte", diz.

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