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Confira o aumento do fluxo de carros em Curitiba, Porto Alegre e São Paulo |
Confira o aumento do fluxo de carros em Curitiba, Porto Alegre e São Paulo| Foto:

Monitoramento

Central controlará tráfego e semáforos

Até julho deve estar funcionando a Central de Controle Operacional de Trânsito em Curitiba, conforme previsão da diretora da Diretran, Rosangela Battistella. Ela diz acreditar que até a metade do ano os agentes de trânsito terão condições de controlar os semáforos a partir de uma sala e de monitorar (através de câmeras) todo o tráfego de veículos na região central da cidade. A tecnologia começará a funcionar junto com a conclusão das obras do do Anel Viário de Curitiba, um investimento de R$ 36 milhões feito pela prefeitura e pelo governo do Paraná.

A obra vai revitalizar o asfalto, as calçadas e modernizar a sinalização semafórica em 25 quilômetros de ruas ao redor do centro para tentar dar mais fluidez ao trânsito. Através da central de controle, os agentes de trânsito ainda conseguirão passar informações aos motoristas sobre os pontos mais complicados através de painés eletrônicos colocados nas ruas centrais. "A previsão é que em 2012 tenhamos a tecnologia nas demais vias prioritárias, como as rápidas, os binários e a Linha Verde", prevê Battistella.

  • Se perfilados, os carros incorporados à frota da capital mais motorizada do país formariam fila de 172 km

Entre janeiro e novembro, 43,3 mil carros, motos e caminhões se incorporaram à frota de Curitiba. Com isso, a cidade chega a 1,192 milhão de veículos e continua sendo a capital mais motorizada do país, com um automóvel para cada 1,4 habitante, contra um para 1,5 habitante em São Paulo e um para 2 habitantes em Porto Alegre. Isso ajuda a explicar por que o trânsito está cada vez pior. Na média, quase 900 novos veículos passaram a circular por semana em Curitiba. Perfilados, eles formariam uma fila de 3,6 quilômetros a cada sete dias, ou 172 quilômetros ao longo do ano, considerando-se todos com 4 metros de comprimento.

Desses 43 mil novos veídulos, mais da metade é de carros de passeio (26 mil). O ritmo de crescimento da frota segue a tendência nacional (veja infográfico). Em comparação com 2009, o número total de carros, motos e caminhões registrados na capital paranaense cresceu 3,8%, pouco acima do aumento de Porto Alegre e São Paulo.

Mudanças e lentidão

Apesar do aumento contínuo do número de carros, o espaço da ci­­dade não cresceu. A alternativa da Diretoria de Trânsito (órgão da prefeitura que gerencia o tráfego na cidade) foi intervir para melhorar a fluidez. Sistemas binários foram criados, ruas de mão du­­pla sofreram modificações para um único sentido, mais radares e barreiras eletrônicas ganharam as ruas e novas vagas de Estacio­­na­­mento Regulamentado (EstaR) fo­­ram criadas. Mas foi quase como enxugar gelo. Junto com o crescimento da frota, aumentou a sensação de lentidão nos deslocamentos.

Apesar disso, a política de gestão de trânsito na cidade não terá grandes alterações em 2011, segundo a diretora da Diretran, Rosângela Battistella. A novidade, a curto prazo, é a conclusão das obras do Anel Viário e a implantação de uma Central de Controle Operacional de Tráfego (veja matéria ao lado). As duas medidas juntas facilitariam as intervenções pontuais no trânsito para melhorar a fluidez, mas Batistella diz que não há muitas mágicas no setor. "A cidade não tem como aumentar seu espaço na mesma proporção (do crescimento de veículos)." O problema continua sendo o grande número de carros. Segundo a Diretran, bairros nobres, como o Mossunguê e o Batel, têm mais carros do que pessoas. O índice de carros por habitante é maior do que no restante da cidade e chega-se a ter um carro para 0,8 habitante.

Para o especialista em trânsito e diretor de Relações Internacionais da Perksons, José Mário de An­­dra­de, a tendência é a mobilidade ficar cada vez mais complicada. Ele diz acreditar que dentro de 4 anos algumas cidades brasileiras devem adotar a política de Londres, que im­­plantou pedágio na área central. No caso de Curitiba, o palpite é que em 12 anos o motorista terá de pagar uma taxa para circular de carro no Centro. "Nenhum político quer falar disso, mas é necessário."

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