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...policiais militares já haviam sido condenados na primeira etapa do julgamento, em abril, pela morte de 13 detentos no Massacre do Carandiru.

Os 25 policiais militares acusados pela maioria das mortes ocorridas durante o massacre do Carandiru, há quase 21 anos, foram condenados na madrugada de sábado a 624 anos de prisão cada um.

Os jurados consideraram que os policiais são os responsáveis por 52 por das 111 mortes ocorridas na Casa de Detenção em 2 de outubro de 1992. Todos vão recorrer em liberdade.

A sentença foi lida pelo juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo às 4h20 de ontem. A tropa ouviu a decisão dos sete jurados, todos eles homens, de pé. Quase nenhum demonstrou reação ao ouvir a sentença.

Na decisão, o juiz Camargo decidiu ainda que os nove PMs que ainda estão na ativa deverão perder seus cargos públicos.

Inicialmente, eles eram acusados por 73 assassinatos, número total de presos mortos no segundo andar do Carandiru, onde eles atuaram.

Mas o promotor Fernando Pereira da Silva pediu que 21 mortes fossem retiradas dessa conta, pois elas teriam ocorrido em locais como escadas e em um lado do corredor onde a equipe não teria atuado. Por isso, não era possível dizer que esses 25 homens eram responsáveis por elas. Os jurados concordaram com o argumento.

Assim como há três meses, o corpo de jurados discordou da tese da advogada Ieda Ribeiro de Souza de que a condenação não era possível, já que a acusação não conseguiu determinar qual dos policiais matou cada um dos detentos.

"Precisa saber quem foi. Precisa saber quem atirou. Diz pra mim quem foi e como foi. É só isso que eu peço", afirmou a advogada, aos gritos, durante a primeira fase dos debates, em que falou por quase três horas.

A defensora também tentou mostrar que os presos eram violentos. Em um telão, projetou fotos impactantes de diversas rebeliões em que detentos acabaram carbonizados ou degolados pelos próprios companheiros de prisão.

Ieda também afirmou que a responsabilidade do crime é do ex-governador Luiz Antônio Fleury Filho. "Quem deveria estar aqui é o dr. Fleury. Jogaram na conta desses policiais aqui".

Em depoimento essa semana, Fleury disse que estava em viagem no dia do massacre e não deu a ordem para a entrada dos policiais.

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