O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, conversa, ainda nesta terça-feira (4), com o governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, sobre a necessidade do uso da Força Nacional de Segurança em Sidrolândia, onde, desde o último dia 15, indígenas da etnia Terena ocupam a Fazenda Buriti.

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"O governo colabora com todos os estados. Não nos furtaremos no caso de Mato Grosso do Sul", disse Cardozo, em entrevista coletiva concedida há pouco.

Em nota divulgada quinta-feira (30), dia em que o índio Osiel Gabriel foi morto durante ação para desocupar a fazenda, o governo do estado informou que entraria em contato com o ministro da Justiça para pedir que o governo federal ajudasse a "aliviar a tensão e evitar novos conflitos". Na mensagem, Puccinelli disse que não foi possível o contato com Cardozo, mas que conversou com o general Roberto Sebastião Peternelli Junior, que substitui José Elito Carvalho Siqueira na chefia do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, ao qual pediu apoio federal para resolver a situação.

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Enfatizando que o emprego das Forças Armadas nesse tipo de situação depende de pedido do governo do estado e de autorização da presidenta Dilma Rousseff, o ministro da Justiça disse que vai avaliar junto com o estado a necessidade de intervenção. "Independentemente de encaminharmos a Força Nacional, é importante que se busque, nessa hora, passar a mensagem de que não é com radicalismo, tentando apagar uma fogueira com álcool, que vamos resolver uma situação que infelizmente se acumula [se repete] na história brasileira."

Cardozo informou que representantes dos indígenas deverão ser recebidos quinta-feira (6) no ministério, onde se tentará costurar um acordo.

Na coletiva, o ministro destacou o protagonismo da Fundação Nacional do Índio (Funai) no processo de demarcação de terras indígenas. Segundo Cardozo, o Ministério da Justiça vai editar uma portaria para aprimorar o processo. Na nova norma, serão pedidas mais informações para que as terras sejam demarcadas, explicou. "Por meio de portaria, vamos pedir mais informações para que a própria Funai e as partes possam avaliar melhor as situações e para que o próprio ministro da Justiça, que hoje já é a autoridade competente para baixar a portaria de demarcação, possa avaliar."

Segundo a assessoria do Ministério da Justiça, a nova portaria deve sair até o final deste mês.