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 | Ilustração/Felipe Lima
| Foto: Ilustração/Felipe Lima

“A única certeza da vida é a morte”: o mundo evoluiu, as tecnologias e os hábitos também, mas ainda não se encontrou uma solução para driblar a morte. Apesar disso, as características dos velórios e os costumes durante os sepultamentos não ficaram parados no tempo. As mudanças acabaram tornando “o morrer de antigamente” um evento, por vezes, inusitado.

A diferença mais marcante é o local escolhido para se despedir de quem partiu. A casa era o principal ponto de encontro entre parentes e amigos com o corpo do falecido. O encontro ocorria no ambiente mais amplo da residência, mas não sem antes ele ser devidamente preparado para a solenidade da despedida. As janelas eram cobertas com panos escuros – normalmente roxos – e os móveis, todos retirados. Os objetos que não conseguiam ser arrastados eram cobertos com panos brancos. No local, dividiam espaço o caixão aberto, o falecido, cadeiras postas ao redor da sala, flores e velas acesas. Era assim a montagem mais comum do ambiente do velório caseiro.

Morrer acabava se tornando um verdadeiro evento, sempre com um entra e sai da casa. O tempo de despedida também era um ponto importante dos velórios. O mais comum era que eles durassem um dia todo e varassem a madrugada até o dia seguinte, no qual o falecido era sepultado. Para as pessoas conseguirem se manter firmes ao lado do caixão, muito café e pratos como sopas eram feitos pela família.

Em alguns casos, quando quem faleceu gostava mesmo de se divertir, a família preparava até uma espécie de festa, que apesar do momento de luto era cercada de cantorias, churrascos e bebidas. Beber no luto chamava-se “beber o morto” –conforme a bebida ia sendo consumida, as boas lembranças de quem se foi costumavam surgir. Novamente, o velório poderia até acabar em festa.

Saindo de casa, o “evento” continuava. Seguia-se pela cidade até o cemitério. Era um verdadeiro cortejo, no qual o trajeto era feito normalmente caminhando. O caixão, carregado na mão pelos parentes, era quem guiava o restante dos presentes até o local de sepultamento. No meio do percurso também era quase uma obrigação passar em frente da igreja da cidade, para “encomendar” o corpo de quem faleceu.

Em meio a toda a pompa dos velórios feitos em casa, era marcante também a presença das carpideiras. As moças eram “atrizes” contratadas pelas família para chorar sobre o caixão. As mulheres faziam o “serviço completo”: iam de preto para representar o luto, levavam os terços e, o mais importante, derramavam muitas lágrimas. Acredita-se que o choro das carpideiras ajudava a alma do morto a chegar até o céu.

Para completar o velório e o cortejo vinha o luto. Levado a sério pelas esposas e pelos maridos. A viúva ficava um ano inteiro após a partida do companheiro vestindo somente roupas pretas. Em casos mais extremos, mulheres ficavam por períodos ainda maiores enlutadas pela partida do marido. Relatos mais recentes apontam também para os casos em que se ficava por um ano sem assistir televisão, em respeito a quem partiu. Aos homens o luto mais comum não era abrir mão das cores das roupas, mas sim incluir uma faixa preta na manga da camisa.

Passada uma semana da partida vinham as missas de sétimo dia, ainda presentes nos dias de hoje. Durante as missas, o detalhe especial: santinhos com a foto de quem se foi acompanhada de uma mensagem de conforto eram distribuídos para quem fosse à igreja na ocasião. O número de missas celebradas também mostrava o quão importante havia sido a pessoa em vida ou também poderia representar o quanto as pessoas se arrependiam das atitudes que tiveram para com o falecido quando ele ainda estava vivo.

Colaborou: Getulio Xavier.

Lista de falecimentos - 31/10/2015

Abdo Jamil Achli Abulhossen, 85 anos. Profissão: comerciante. Filiação: Jamil Mahmud Achli Abulhossen e Maria Barbosa Mahmud. Sepultamento ontem.

Adriel Fernando Oliveira da Silva, 2 dias. Filiação: Edson Oliveira da Silva e Claudineia de Oliveira da Silva. Sepultamento ontem.

Anilson Souza Taborda, 38 anos. Profissão: autônomo. Filiação: José de Franca Taborda e Lurdes de Jesus Souza Taborda. Sepultamento ontem.

Arlindo Gonçalves de Souza, 60 anos. Profissão: motorista. Filiação: Geraldo Gonçalves de Souza e Zelita Alves Barroso. Sepultamento hoje, no Cemitério Pedro Fuss, em São José dos Pinhais, saindo de local a ser designado.

Claudemir Dias de Araújo, 37 anos. Profissão: eletricista. Filiação: Cláudio Dias de Araújo e Ilza Alves Feitosa de Araújo. Sepultamento ontem.

Cláudia Margarida Rodrigues, 87 anos. Profissão: do lar. Filiação: José Jorge e Ida Maria Pozzolatto. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal da Cidade de Origem.

Clotilde Ribas Toninelo, 90 anos. Profissão: do lar. Filiação: João Ferreira Ribas e Júlia do Nascimento Ribas. Sepultamento ontem.

Edith Bogisch, 89 anos. Profissão: assistente administrativo. Filiação: Arthur Bogisch e Henriqueta Bogisch. Sepultamento ontem.

Elson Alves Xavier, 68 anos. Profissão: motorista. Filiação: Alfonso Alves Xavier e Zulmira Alves Xavier. Sepultamento hoje, no Cemitério Jardim da Saudade I.

Erculano Aeroza, 69 anos. Profissão: carpinteiro. Filiação: Teófilo Aeroza e Maria Alves Aeroza. Sepultamento ontem.

Eremi da Silva Iankowski, 64 anos. Filiação: Boleslau Iankowski e Darvina da Silva Iankowski. Sepultamento ontem.

Félix Bezerra Paulo, 76 anos. Profissão: motorista. Filiação: Severino Paulo Sobrinho e Celina Bezerra de Paulo. Sepultamento ontem.

Francisco Moacir Galeazzi, 71 anos. Profissão: comerciante. Filiação: Rogério Egídio Galeazzi e Clementina Bassi Galeazzi. Sepultamento ontem.

Henrique Estanislau Choinski, 62 anos. Profissão: mecânico. Filiação: Miguel Choinski e Helena Mucharski Choinski. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal de Almirante Tamandaré.

Humiko Kurosawa, 64 anos. Profissão: do lar. Filiação: Hatsu Kurosawa e Zenebei Kurosawa. Sepultamento ontem.

João Carlos Lopes Hupalo, 54 anos. Profissão: funcionário público estadual. Filiação: Lúcio Hupalo e Margarida Lopes Hupalo. Sepultamento hoje, no Cemitério Vaticano.

Joaquim Pereira de Freitas, 67 anos. Profissão: pedreiro. Filiação: João Teodoro Pereira e Geralda Cândida de Freitas. Sepultamento ontem.

Luiz Carlos da Silva, 61 anos. Profissão: taxista. Filiação: João da Silva e Maria Agostinha da Silva. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal Boqueirão.

Marilucia de Oliveira, 57 anos. Profissão: cozinheira. Filiação: Vergilio de Oliveira e Helena Maciel de Oliveira. Sepultamento ontem.

Moacir Luiz Bertao, 69 anos. Profissão: sapateiro. Filiação: Afonso José Bertao e Diomira Moreschi Bertao. Sepultamento ontem.

Murilo Rosa Miranda, 18 horas. Filiação: Oliver Augusto Miranda e Marcilene Rodrigues da Rosa dos Santos Miranda. Sepultamento hoje, no Cemitério Jardim da Saudade I.

Neusa Machado Beller, 77 anos. Profissão: do lar. Filiação: Lauro Machado e Ana Maria Camargo Machado. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal Água Verde.

Newton Martins de Oliveira, 69 anos. Profissão: radialista. Filiação: Herculano Martins de Oliveira e Lindaura Duraes de Oliveira. Cerimônia hoje, no Crematório Vaticano.

Olga Lubacheski, 72 anos. Profissão: do lar. Filiação: Mieceslau Lubacheski e Francisca Ludek Lubacheski. Sepultamento ontem.

Pedro Pretco, 59 anos. Profissão: vigilante. Filiação: João Pretco e Belmira Pretco. Sepultamento ontem.

Reginaldo Joaquim, 58 anos. Profissão: representante comercial. Filiação: Arnaldo Joaquim e Elide Juliani Joaquim. Cerimônia hoje, no Cemitério Memorial da Vida, em São José dos Pinhais.

Rosa Wolf Chromiec, 95 anos. Profissão: do lar. Filiação: Antônio Wolf e Maria Wolf. Sepultamento hoje, no Cemitério Jardim da Saudade I.

Rubens Antônio Breginski, 72 anos. Profissão: gerente. Filiação: Stefano Breginski e Antonina Breginski. Sepultamento hoje, no Cemitério Paroquial Abranches.

Severina Maria da Conceição Silva, 71 anos. Profissão: do lar. Filiação: Cícero Gustavo da Silva e Josefa Maria da Conceição. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal Bom Jesus dos Passos, em Piraquara.

Sinesio Zonari, 80 anos. Profissão: empresário. Filiação: Mário Marino Zonari e Jordelina Ribeiro. Sepultamento hoje, no Cemitério Universal Necrópole Ecumênica Vertical.

Suzana Faustino do Couto, 88 anos. Profissão: do lar. Filiação: José Ignácio Faustino e Benedita Maria de Jesus. Sepultamento hoje, no Cemitério Colônia Muricy, em São José dos Pinhais.

Valcir Rodrigues, 43 anos. Profissão: pedreiro. Filiação: Waldemiro Rodrigues e Nair del Comune Rodrigues. Sepultamento ontem.

Verônica Rakoski Olescove, 73 anos. Profissão: do lar. Filiação: Francisco Rakoski e Catarina Rakoski. Sepultamento ontem.

Zulmira Lacerda Santos, 77 anos. Profissão: do lar. Filiação: Manoel dos Santos e Donatila Mariano de Lacerda. Sepultamento hoje, no Cemitério Vaticano.

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