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Faichecleres: banda agora conta com um novo baixista, Ricardo Junior (primeiro à direita). | Divulgação
Faichecleres: banda agora conta com um novo baixista, Ricardo Junior (primeiro à direita).| Foto: Divulgação

Há um mês, a consultora Cristina Bresser, de 45 anos, deixou a multinacional onde trabalhava como assessora de um diretor da área de marketing. Ela abdicou de uma promoção ao saber que teria de dobrar a carga horária de nove horas diárias para assumir uma nova função. A opção pela vida pessoal falou mais alto. Cristina agora está em uma empresa de recursos humanos, de menor porte e com horários flexíveis. "Hoje (terça-feira), por exemplo, passei três horas no escritório e ainda almocei com uma amiga", comemora.

A situação de Cristina é cada vez mais comum. De acordo com uma pesquisa realizada em Curitiba pela Acta! Educação, RH e Carreira, só 20% das mulheres aptas a assumir cargos de liderança estão dispostas a priorizar a carreira profissional em detrimento da vida pessoal. Foram entrevistadas 300 mulheres, entre junho de 2006 e março deste ano. De acordo com o levantamento, 60% delas teriam condições de seguir uma carreira executiva. Porém, destas 180 apenas 20%, ou seja 36 mulheres, estariam dispostas a atender todos os requisitos que a carreira demanda, como, por exemplo, jornadas de trabalho exaustivas e disposição para viagens internacionais.

De acordo com a psicóloga e diretora da Acta!, Carla Mello, trata-se de uma nova tendência mundial. "Antes havia a necessidade de a mulher se firmar no mercado de trabalho. Hoje, ela se sente mais tranqüila à declinar desses cargos", explica.

"Embora acredite que o capitalismo predador vai obrigar as mulheres a assumir esses cargos de qualquer forma, sou otimista em relação às conquistas que elas vão conseguir na luta organizada, pressionando e exigindo", pondera a socióloga e professora da Universidade Federal do Paraná, Maria Tarcisa Bega.

Rosana Pollis, 40 anos, é um exemplo disso. Ela não precisou mudar de emprego para compatibilizar os papéis de mãe, esposa, profissional e mulher. Há dez anos em uma multinacional como gerente da assessoria jurídica na América Latina, ela costumava dedicar nove horas diárias ao trabalho. Quando ficou grávida de sua primeira filha, há sete anos, viveu o dilema de conciliar a maternidade com a carreira.

O problema de Rosana foi resolvido pela própria empresa, com um projeto piloto. Depois que cumpriu os quatro meses de licença-maternidade, ela pôde voltar ao trabalho com uma rotina mais flexível. "Se não fosse assim, com certeza eu teria desistido deste trabalho", afirma.

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