Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Curitiba

Carro da Guarda Municipal é apedrejado no Fazendinha

Um carro da Guarda Municipal de Curitiba foi apedrejado, na manhã desta quarta-feira (31), na Rua João Dembinski, no bairro Fazendinha, que tem a calçada ocupada por cerca de 60 famílias. Conforme informações da assessoria de imprensa da prefeitura de Curitiba, uma equipe da Guarda Municipal fazia ronda no local quando o veículo foi apedrejado por moradores da calçada ocupada. Uma segunda viatura da Guarda foi ao local para ajudar a controlar a situação. Segundo reportagem veiculada pela rádio BandNews, o carro da Guarda Municipal foi apedrejado porque o veículo tentou passar por um bloqueio na rua promovido pelos moradores. Conforme a reportagem, foram ouvidos disparos de revólver mas, segundo a prefeitura, os guardas municipais que estavam no local não fizeram nenhum disparo.

A história da ocupação no Fazendinha vem se desenrolando desde o mês de setembro e já teve uma vítima. Na última segunda-feira (29) o desembargador Fernando Vidal de Oliveira, do Tribunal de Justiça do Paraná, determinou que seja feita a desocupação das calçadas da Rua João Dembinski. A decisão acrescentou que a prefeitura de Curitiba deve oferecer alojamento às 60 famílias que estão acampadas no local ou, caso os acampados prefiram, que sejam dadas passagens para que retornem à cidade de origem.

A ocupação teve início de setembro, quando um grupo formado por 60 famílias ocupou um terreno na Rua João Dembinski. Em pouco tempo, o número de pessoas no local passava de mil. No dia 23 de outubro, uma ação de reintegração de posse do terreno deixou quatro pessoas feridas e um cinegrafista foi atingido por um disparo de tiro com munição de borracha no rosto.

Com a retirada das famílias do terreno, elas montaram barracos na calçada da rua. No dia 5 de novembro, um dos sem-teto que morava na calçada, Celso Eidt, 38 anos, foi assassinado com cerca de 15 tiros. A família acusou seguranças do terreno de terem executado Celso, porque na manhã do mesmo dia ele teria ido buscar água na área. O assassinato de Celso Eidt não intimidou as famílias que permanecem no local.

Durante uma audiência, no último dia 24 de novembro, a prefeitura sugeriu que as famílias fossem morar em albergues ou recebessem passagens de retorno para suas cidades de origem. Com isto, os moradores entraram com um novo pedido para suspender a reintegração de posse que havia sido determinada pela 4ª Vara de Fazenda Pública. Com base na Lei Orgânica da Assistência Social e no Plano Nacional de Assistência Social, os moradores justificaram que a população em situação de risco social não pode ser atendida por albergues ou casas de passagem, já que estes locais públicos possuem outra destinação.

No dia 18 de outubro, cerca de 50 moradores da calçada fizeram uma manifestação no centro de Curitiba. Portando faixas e cartazes contra o prefeito Beto Richa, os manifestantes saíram da Praça Rui Barbosa em direção à Câmara Municipal de Curitiba, onde protocolaram documento pedindo que o terreno particular que ocuparam no Fazendinha se transforme em uma Zona Especial de Interesse Social (Zeis), para receber as famílias sem moradia

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.