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Veículo ecológico será usado em inspeções nas estradas. Neste período será avaliada a viabilidade de uso em grande escala | Henry Milléo/ Gazeta do Povo
Veículo ecológico será usado em inspeções nas estradas. Neste período será avaliada a viabilidade de uso em grande escala| Foto: Henry Milléo/ Gazeta do Povo

Ponta Grossa - Pesquisadores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) desenvolveram um veículo movido a óleo vegetal. Fruto de um projeto de doutorado do curso de Agronomia, o carro pode ser abastecido com diferentes espécies de óleos, inclusive os que não possuem grande valor comercial. A realização do projeto-piloto teve custo estimado em R$ 100 mil.

O automóvel foi lançado durante a 34.ª edição da Ex­­po­­si­­ção Feira Agropecuária, In­­dus­trial e Comercial de Ponta Grossa (Efapi), na sexta-feira passada. Ele será utilizado pela concessionária Rodonorte, parceira do projeto. Vai rodar pela PR-151 e pela BR-376, realizando a inspeção do tráfego. A finalidade é avaliar os efeitos do biocombustível, com o objetivo de melhorar o rendimento e discutir a possibilidade de seu uso em larga escala.

De acordo com o professor do curso de Agronomia e coordenador da pesquisa, Pedro Henrique Weirich Neto, a meta do projeto é possibilitar a criação de um modelo padrão no uso de combustíveis alternativos. "Há muito estudo sobre um combustível alternativo que seja eficiente. Nosso estudo pretende dar as diretrizes nesse sentido", afirma. De acordo com ele, é necessário aprimorar diversos pontos. Um dos fatores diz respeito à partida do veículo.

"Nesse carro nós ainda utilizamos o diesel para dar a partida e desligar o carro porque o bico injetor fica danificado se utilizar apenas o óleo vegetal. Mas nossa ideia é avançar na pesquisa e fazer com que seja usado apenas óleo vegetal", explica o doutorando em Agronomia e um dos idealizadores do projeto Hevan­dro Delalibera.

Agricultura

Outro ponto da pesquisa considerado fundamental são os benefícios para o agricultor. "O produtor poderá desenvolver seu próprio combustível. Essa é a nossa ideia. Estamos trabalhando para que daqui a uns dois anos, quando o projeto estiver finalizado, esta proposta seja concretizada", revela o professor Pedro Henrique.

Por enquanto, o óleo mais utilizado como combustível é o de soja. "Porém, o óleo de soja tem uma rentabilidade menor. São 400 litros por hectare. O óleo de dendê, por exemplo, é capaz de gerar 6 mil litros por hectare. No entanto, a soja é o grão mais comum na região. Tem também o gerivá, que é formada por 49% de óleo", explica o pesquisador Delalibera.

Com o tempo, outro objetivo dos pesquisadores é o de reaproveitar o próprio óleo de cozinha como combustível. "Nós estamos avaliando se é possível utilizar o óleo de fritura, por exemplo. Seria necessário realizar uma filtragem do óleo. Mas pode ser que no futuro essa ideia se concretize", diz Delalibera.

Impactos ambientais

O maior avanço, para os pesquisadores, será em relação aos impactos ambientais. Com a utilização do combustível alternativo, o projeto pretende beneficiar o meio ambiente. "Quando utilizamos os combustíveis comuns, contribuímos para que o aquecimento global aumente e a natureza sofrerá as consequências", afirma o professor Pedro Henrique.

Por outro lado, ele explica que a partir do momento em que a sociedade reaproveitar o que a própria natureza fornece, a poluição diminuirá consideravelmente. "Não iremos jogar mais poluição no ar. Será utilizado o que já está à disposição na natureza", salienta.

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