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O técnico em eletrônica Ivon Luiz Pinto Júnior, 40 anos, desistiu de ter notícias do carro roubado ainda em 1986, quando houve o crime. Dezenove anos mais tarde, acabou surpreendido com o telefonema da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos de Curitiba. O Fusca, ano 1974, roubado em julho de 1986, na cidade de Santa Rita da Sapucaí, interior de Minas Gerais, em frente à casa de Ivon, foi encontrado.

"Foi uma surpresa muito grande", diz o técnico, que veio de São Paulo, onde reside, com a esposa Sueli Restani, 41 anos, buscar o automóvel. Para o casal, que namorava na época do roubo e agora já tem dois filhos adolescentes, a devolução é um ótimo presente de Natal. Há um ano e meio, eles tiveram que vender o carro que tinham, um Tempra, para quitar o financiamento do apartamento onde moram. "Eu trabalho em duas empresas. Ter um carro de novo vai ser muito importante", conta a esposa. Os proprietários ainda vão decidir se recuperam a cor original do veículo que era azul e agora está vermelho, mas o adesivo no vidro traseiro com a inscrição "Jesus" será mantido, garante Sueli.

Identificação

O Fusca circulava desde 2003 no Paraná, com a numeração do chassi adulterado. A irregularidade foi detectada no setor de vistoria do Departamento de Trânsito (Detran), em Curitiba, quando a última pessoa que adquiriu o veículo foi tentar transferir a documentação. O funcionário do órgão preferiu encaminhar o Fusca para a delegacia especializada, que pediu ajuda do Instituto de Criminalística.

Um laudo técnico confirmou a adulteração feita através de espécie de adesivo, o que permitiu identificar o chassi original. Com esse dado, o delegado adjunto da Furtos e Roubos de Veículo, Naylor Robert, conseguiu localizar o antigo endereço do proprietário que, na época do roubo, morava com o pai. "Como o pai dele ainda mora no mesmo local e mantém o mesmo telefone foi fácil nos achar", explica Sueli.

A viagem de 400 quilômetros de volta a São Paulo será com o veículo recuperado. "Espero que ele agüente. Teremos que ir até Belo Horizonte para regularizar a documentação ainda. Ele vai ter que rodar bastante", brincou Ivon.

Para o delegado Naylor, a devolução do automóvel é um dia a menos de frustração. "A gente fica feliz, porque muitas vezes nos sentimos frustrados por não conseguirmos recuperar os carros. Eu mesmo tenho um veículo roubado em 93, que ainda não foi encontrado", afirma. Agora a polícia deve reconstituir a trajetória do veículo para chegar até quem o roubou.

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