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Mostra: Temas vão de política à religião

O que um cartunista desenhava em 1910 em Curitiba? A política já era um tema recorrente, mas os cartunistas dessa época também eram anticlericais, ou seja, faziam críticas à influência da Igreja nos assuntos do Estado. "Percebe-se ainda a questão da modernidade que chegava aos poucos a Curitiba. Aparecem temas como a falta de água encanada, o bonde elétrico, o gramofone. Essas questões provocam alterações no comportamento da população e se refletem nos desenhos", diz a pesquisadora da Fundação Cultural de Curitiba (FCC) Aparecida Vaz da Silva Bahls, que assina a mostra "Factos da Actualidade" junto com Mariane Cristina Buso. A exposição foi aberta ontem na Casa Romário Martins. A mostra homenageia o chargista paranaense Alceu Chichorro, que morreu em 1957. Um filme com a história de Chichorro, do acervo da Cinemateca, será exibido durante a mostra.

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O bairro São Francisco, em Curitiba, já sentia falta de um dos seus maiores exemplares arquitetônicos: a Casa Romá­rio Martins. Há um ano ela passava por obras de restauração e estava fechada ao público. Foi reaberta ontem, com o lançamento da exposição "Factos da Actualidade", que mostra uma coleção de caricaturas e charges feitas em Curi­tiba entre 1900 e 1950.

A restauração custou R$ 383 mil e foi bancada pelo Fundo Municipal da Cultura. Foi a segunda vez que a casa, construída no século 18, passou por restauro: a primeira aconteceu em 1973. Ela é o único imóvel com estilo colonial português que resta no centro da cidade. "Só não dizemos que é o único exemplar colonial porque pode existir alguma casa preservada, em alguma fazenda, de que não temos notícia", afirma a arquiteta da Fundação Cultural de Curitiba Dóris Teixeira.

As telhas foram lavadas, escovadas e uma manta de isolamento foi colocada sob as ripas. O assoalho de madeira teve as frestas calafetadas e foram consertadas as fissuras na parte de alvenaria. A cores verde e branca foram mantidas. As paredes foram calfinadas, como no projeto original.

Assim como muitas residências antigas, ela foi construída com pedra e tijolo. Dóris lembra que as paredes chegam a ter, por causa da técnica usada, de 50 a 72 centímetros de espessura. "Foi um trabalho demorado, porque era muito delicado", conta a arquiteta.

A Casa Romário Martins recebeu esse nome em homenagem ao historiador e escritor paranaense, apesar de ele nunca ter morado nela. Ela já foi usada como casa de secos e molhados e abrigou o Arma­zém do Roque, em 1930. Man­teve atividades comerciais até a sua desapropriação pela prefeitura, na década de 70.

Serviço:

A casa fica no Largo da Ordem e abre de segunda a sexta-feira, das 9 às 12 horas e das 13 às 18 horas. Aos sábados, domingos e feriados, ela abre das 9 às 14 horas. A entrada é gratuita.

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