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Saiba mais sobre o projeto| Foto:

A Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) apresentou ontem um projeto para a construção de casas populares destinadas a moradores de comunidades quilombolas do estado. Inédito no país, o programa Casa Quilombola, do governo do estado, prevê 800 novas moradias. As primeiras 200 devem ter as obras iniciadas no próximo semestre, sem auxílio do governo federal. As demais podem ser incluídas no programa Minha Casa Minha Vida, que vai construir 1 milhão de casas populares.

Cada unidade custará cerca de R$ 24 mil. Para o projeto das casas, a Cohapar contou com a colaboração de um antropólogo. Estão previstos a construção de escolas, treinamento de agentes comunitários de saúde e melhoria do acesso viário. Quase a totalidade das comunidades quilombolas se localiza nas regiões de menor índice de desenvolvimento humano (IDH) do estado. A posse da terra também é outro problema. No ano passado, uma comunidade de Doutor Ulysses foi incendiada por grileiros.

A lavradora Clarinda Andrade de Matos comemora a vinda das casas. Ela mora com o marido e quatro filhos na comunidade João Surá, em Adrianópolis, em uma casa de quatro cômodos, de madeira e barro, onde moraram seus pais, avós e bisavós. Ganham menos de um salário mínimo por mês. Clarinda é uma espécie de líder comunitária, que sempre articula reuniões para reivindicar serviços essenciais. "Sabíamos que tínhamos direitos, mas não sabíamos como cobrar. Vamos correr atrás", diz.

O presidente da Cohapar, Rafael Greca, diz que o programa paga parte de uma dívida histórica com os negros. "Há casas de taipa, bambu e restos de madeira. Isso é resgate social, uma recuperação de cidadania."

Quilombolas

Em 2005 o governo do Paraná criou um grupo de trabalho para estudar as comunidades de desecendentes de escravos refugiados em quilombos. Até então, não havia registro deste tipo de organização no estado e acreditava-se que com o grupo de trabalho seriam identificadas não mais que 15. Passados quatro anos, o grupo já identificou mais de 100, algumas com mais de 200 anos. "Elas continuam com a mesma organização comunitária, posse comum da terra e com características próprias de sua origem afro-brasileira", conta o pesquisador Glauco Souza Lobo.

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