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Curitiba – O caseiro Francenildo dos Santos Costa, que acusou o ministro Antônio Palocci (Fazenda) de freqüentar uma casa montada por lobistas de Ribeirão Preto, em Brasília, recebeu depósitos de R$ 38.860, em conta bancária desde o início do ano. Isso é o que mostra reportagem divulgada ontem no site da revista Época.

Segundo a reportagem, assinada pelos jornalistas Gustavo Krieger e Andrei Meirelles, foram feitos vários depósitos em uma conta poupança de Francenildo, conhecido como Nildo, na Caixa Econômica Federal. A conta, de número 1048-8, fica na agência do Lago Sul, próxima à casa onde o caseiro trabalha e mora.

De acordo com os extratos que a revista diz ter tido acesso, todos os depósitos foram registrados como "depósitos em dinheiro". Francenildo reconheceu a entrada de dinheiro em sua conta, mas afirmou que os depósitos foram resultado de uma doação familiar.

Saldo

Segundo a reportagem, os extratos indicam que, quando o ano começou, a conta em nome do caseiro tinha um saldo de R$ 24,76. No dia 6 de janeiro, foi registrado um depósito de R$ 10.000,. Três dias depois, aparece um saque com cartão eletrônico de R$ 2.500. Nos dias seguintes, há outros saques, de menor valor. Em 6 de fevereiro, aparece um outro depósito, desta vez de R$ 9.990. A conta ficou parada até o dia 15 de fevereiro, quando ocorreu um saque de R$ 15.000, novamente com cartão eletrônico. Um dia depois, outro depósito, desta vez de R$ 10.000, mais uma vez em dinheiro.

Ainda de acordo com a revista, no dia 3 de março, foi registrado mais um depósito, de R$ 3.870. Finalmente, em 6 de março houve outro depósito no valor de R$ 5.000,00. No dia 16 de março, quando foi tirado o extrato, o saldo da conta era de R$ 19.662,35. Neste dia, Francenildo depôs na CPI dos Bingos.

A reportagem de Época diz que, ao receber os extratos, entrou em contato com o advogado Wlício Chaveiro Nascimento, que representa o caseiro. Ele teria levado um susto. "Não sabia que ele tinha dinheiro. Estou defendendo ele de graça". A revista afirma que quinze minutos depois o advogado telefonou para a redação para dizer que Francenildo reconheceu os depósitos, mas disse que o dinheiro veio de seu pai. "Ele é filho bastardo do empresário Euripedes Soares da Silva, dono de uma empresa de ônibus em Teresina. O pai mandou este dinheiro em segredo, porque a família não sabe que ele ajuda o Francenildo", disse o advogado.

Segundo o caseiro, o pai mandou R$ 25 mil. O saque de R$ 15 mil teria sido para comprar um carro. "Ele desistiu de comprar o veículo e depositou de novo boa parte do dinheiro, cerca de R$ 13 mil", explicou o advogado à revista. O empresário Euripedes Soares confirmou à Época que fez os depósitos, mas negou que seja pai do rapaz. "O sobrenome dele é muito diferente do meu para eu ser pai dele", disse. Ele afirmou aos jornalistas de Época que só iria explicar o motivo do depósito "depois de falar com um advogado".

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