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São Paulo - O fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão foi condenado a 30 anos de prisão, na madrugada deste sábado, em Belém (PA), pela morte da missionária norte-americana Dorothy Stang, executada com seis tiros em um assentamento em Anapu (PA), em fevereiro de 2005. A pena foi de 29 anos por homicídio duplamente qualificado e mais um ano de agravante porque a vítima, idosa, não teve chance de defesa. Ele foi o quinto acusado a ser condenado.

Galvão, conhecido como Taradão, era acusado de ter encomendado a morte da missionária junto com o fazendeiro Vital­­miro Bastos de Moura, o Bida. Moura foi julgado pela terceira vez no dia 12 de abril e condenado a 30 anos de prisão. Galvão chegou a ser preso pela Polícia Federal em Altamira (PA), em dezembro de 2008, acusado de estelionato e grilagem de terra, mas ainda não tinha sido julgado, pois estava recorrendo em instâncias superiores contra a decisão de ser submetido a júri popular.

Durante mais de uma hora de interrogatório, Galvão negou envolvimento no crime. Por orientação dos advogados, não respondeu às perguntas do Ministério Público e da assistência de acusação. Foram ouvidas 12 testemunhas. Entre os depoentes da acusação estava Clo­­doaldo Carlos Batista, que participou da execução, condenado a 17 anos.

Além de Galvão, Moura e Batista, outras duas pessoas já foram condenadas. Rayfran das Neves Sales, autor dos disparos que mataram a missionária, foi condenado a 27 anos de prisão; e Amair Feijoli da Cunha, apontado como intermediário no crime, foi condenado a 27 anos, mas teve a pena reduzida para 18 anos por colaborar com o processo. Moura, que era apontado como principal mentor do crime, foi três vezes a julgamento. Ele foi conenado a 30 anos em maio de 2007, mas em novo júri, em maio de 2008, foi absolvido. A Justiça anulou o julgamento em abril do ano passado.

Dorothy Mae Stang tinha 73 anos e participava da Comissão Pastoral da Terra (CPT) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Ela atuava nos movimentos sociais no Pará, em projetos de desenvolvimento sustentável, reflorestamento de áreas degradadas e minimização dos conflitos fundiários. Começou seu trabalho no Brasil em 1966, na cidade de Coroatá (MA), e estava presente na Amazônia desde a década de 1970, junto aos trabalhadores rurais da Região do Xingu.

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