| Foto: Ivonaldo Alexandre/Agência de Notícias Gazeta do Povo
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O Ministério Público do Paraná (MP-PR), que investiga a morte da menina Tayná Adriane da Silva, de 14 anos, informou, na tarde desta sexta-feira (12), que há provas da participação dos quatro acusados no crime. O órgão também adiantou que há indícios de que a jovem tenha sofrido algum tipo de violência sexual. A menina foi encontrada morta em 28 de junho, em Colombo, na região metropolitana, três dias depois de ter desaparecido.

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"Existem provas contra eles [os quatro acusados que estão presos] e estamos colhendo outros indícios, que serão avaliados até a segunda-feira (15)", disse o promotor Paulo Sérvio Markowicz de Lima, designado para acompanhar o caso. Na segunda-feira vence o prazo para o MP-PR se pronunciar sobre o caso: se oferece denúncia à Justiça contra os acusados, se arquiva o caso ou se solicita um novo prazo para mais diligências.

Nesta semana, o MP-PR recebeu oficialmente três laudos periciais: de necropsia, de local de morte e de DNA do sêmen encontrado na calcinha de Tayná. O promotor pediu uma série de laudos complementares para embasar a investigação. Como o caso segue sob segredo de Justiça, Lima não divulgou detalhes dos exames periciais, mas garantiu que é possível afirmar que a menina sofreu violência física e que há indícios de que tenha havido violência sexual.

"Pode ser estupro, mas pode ser violência sexual diversa da conjunção carnal. Violência houve. Os novos exames vão determinar o grau desta violência", disse Paulo Lima.

DNA

Pela manhã, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) havia confirmado que a contraprova do DNA que analisou o sêmen encontrado na calcinha de Tayná não é compatível com o material dos quatro suspeitos. Apesar disso, o promotor acredita que este laudo não isenta os acusados de envolvimento no crime. "Há outras provas", lembra.

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Para o promotor, é preciso "analisar com cuidado" o esperma encontrado na peça íntima da menina. O material pode apontar a participação de outras pessoas, mas pode indicar simplesmente que Tayná teve relação sexual consentida com alguém antes de ter sido morta. "Não podemos extrair responsabilidade imediata do ‘dono’ do esperma. É preciso ter outras provas", disse Lima.

Polícia Civil ouviu dono do parque e amigas de Tayná

Paralelamente, a Sesp determinou que a Polícia Civil continuasse investigando o caso e designou o delegado Guilherme Rangel para o caso. Como as investigações seguem sobre segredo de Justiça, nem a Secretaria nem a Polícia Civil deram informações sobre as diligências.

Fontes consultadas pela Gazeta do Povo, no entanto, confirmaram que o dono do parque de diversões onde os quatro acusados trabalhavam e o filho dele prestaram depoimento na noite de quinta-feira (11). Pessoas próximas de Tayná, como algumas amigas dela, também foram ouvidas.

O delegado Agenor Salgado Filho, que estava à frente da Divisão Metropolitana, e o delegado Silvan Rodney Pereira, que era titular da delegacia do Alto Maracanã, foram afastados de funções policiais até a conclusão do caso.

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Acusados relatam tortura ao Gaeco

Os quatro homens presos suspeitos de envolvimento na morte de Tayna prestam depoimento na noite desta sexta-feira no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Segundo o coordenador do órgão, promotor Leonir Batisti, o objetivo é que os acusados detalhem as supostas torturas que sofreram após terem sido detidos.

"Ontem [na quinta-feira (11)] nós já havíamos ouvido [os acusados] informalmente no local onde estão presos, mas queremos detalhar essas denúncias. As roupas que eles usavam também foram apreendidas e serão periciadas", disse o promotor.

De acordo com os relatos, os suspeitos teriam sido agredidos em pelo menos quatro locais diferentes, sob custódia do Estado: nas delegacias do Alto Maracanã, de Campo Largo e de Araucária, além da Casa de Custódia (antigo CT 2). A tortura teria incluído surras em pau-de-arara, choques elétricos e até empalamento.

O promotor Paulo Lima ressaltou que é preciso apurar se as torturas ocorreram como forma de forçar os acusados a confessar o crime ou se foi posterior a isso; e se as agressões foram cometidas por agentes públicos ou por presidiários.

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"Infelizmente, há violência sexual no ambiente prisional. Mas cabe a autoridade policial coibir essa prática. Houve tortura, mas precisamos saber em que momento ela ocorreu", disse.