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Brasília – O Boletim Epidemiológico 2006, divulgado ontem pelo Ministério da Saúde, mostra crescimento dos casos de aids entre a população com mais de 50 anos no Brasil. Entre 1996 e 2005, na faixa etária de 50 a 59 anos, a taxa de incidência entre os homens passou de 18,2 para 29,8 (para cada grupo de 100 mil pessoas); entre as mulheres, cresceu de 6 para 17,3. No mesmo período, há aumento da taxa de incidência entre indivíduos com mais de 60 anos. Nos homens, o índice passou de 5,9 para 8,8. Nas mulheres, cresceu de 1,7 para 4,6.

A diretora do Programa Nacional de DST e Aids, Mariângela Simão, disse que a população acima de 50 anos é menos propensa a usar preservativos, expondo-se mais ao risco de infecção pelo HIV. Mariângela lembrou que o uso de remédios contra a impotência tem intensificado a vida sexual. "São pessoas que iniciaram suas vidas sexuais numa época sem aids. Pesquisas mostram que quanto mais velho menor o uso de preservativo", afirmou.

Mariângela ressalvou que é possível que parte da população mais idosa tenha contraído o vírus dez anos atrás, quando estavam em outra faixa etária. Isso porque o boletim registra o número de notificações de casos de aids, e não o ano da infecção.

Bebês

Os novos números da aids no Brasil apontam para uma queda acentuada nos casos de transmissão vertical, quando o HIV é passado da mãe para o filho, durante a gestação, o parto ou a amamentação. De acordo com o boletim, a redução foi de 51,5%, entre 1996 e 2005. Naquele ano, foram registrados 1.091 casos. No ano passado, 530 casos. Em 2006, de janeiro a junho foram notificados 109 casos nessa categoria.

O número total de casos de aids acumulados entre 1980 e junho de 2006 é de 433.067. Em 2005, foram registrados 33.142 casos, com taxa de incidência de 18 – a menor desde 2002. Em 2006, nos 6 primeiros meses, foram notificados 13.214 casos. Hoje, estima-se que aproximadamente 600 mil pessoas vivem com HIV e aids no Brasil. Número que permanece estável desde 2000.

Na população masculina há discreta queda na taxa de incidência para cada 100 mil, que era de 22,5 em 1996 e foi para 21,9 em 2005. Nos adolescentes (13 a 19 anos) e adultos jovens (20 a 24 anos), as reduções foram maiores, no mesmo período. Nos adolescentes, a taxa caiu de 2 para 1,4. Nos adultos jovens, passou de 19,2 para 13,3.

Nas mulheres, a taxa de incidência saltou de 9,3 em 1996 para 14,2 em 2005. Há quedas discretas no número de casos em crianças menores de 5 anos, nas adolescentes e nas adultas de 20 a 29 anos. Nas mulheres com mais de 30 anos, há aumentos em todas as faixas etárias, confirmando o crescimento do número de casos de aids na população feminina, observado a partir da década de 1990. Apesar de os números de óbitos de 2005 serem preliminares, pode-se afirmar que há queda significativa na taxa de mortalidade (número de óbitos por 100 mil habitantes), que passou de 9,6 em 1996 para 6 em 2005. De 1980 até o ano passado, o número acumulado de mortes em decorrência da aids é de 183.074.

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