• Carregando...

O Paraná conseguiu reduzir o registro de doentes em tratamento de hanseníase no ano passado – em cada grupo de 10 mil habitantes, 1,3 pessoa fez o tratamento da doença. O número representa queda de 8,4% em relação a 2004, quando havia 1,42 paciente em cada 10 mil paranaenses. Mesmo assim, a meta de eliminar a hanseníase ainda não foi cumprida no estado, assim como em outras 18 unidades da federação. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que a doença está eliminada em um país quando há apenas uma pessoa doente para cada 10 mil habitantes – no Brasil, apesar da redução de 13,45% no registro de pacientes, ainda há 1,47 pessoa em tratamento para cada 10 mil brasileiros.

A Secretaria de Estado da Saúde planejava conseguir a erradicação até o fim do ano passado. "O problema ainda está no diagnóstico precoce. As pessoas ainda não têm o conhecimento de que uma mancha na pele que não coça e não dói pode ser hanseníase", observa a coordenadora estadual do Programa Estadual de Eliminação da Hanseníase, Nivera Noêmia Stremel. O estado oferece o diagnóstico e tratamento gratuito da doença nos postos de saúde dos 399 municípios.

Ontem foi o dia mundial de combate à doença, mas no Paraná a campanha começa hoje, com a presença da atriz Solange Couto e da ginasta Daiane dos Santos em uma roda de samba na Boca Maldita, em Curitiba, às 16 horas, onde estarão concentradas atividades educativas e de orientação ao tratamento e cura da hanseníase.

O combate à doença foi bem sucedido em Curitiba, Londrina e Foz do Iguaçu, escolhidas pelo Ministério da Saúde (MS) como prioridades no estado em 2005. Os três municípios receberam recursos do Fundo da Saúde para realizar campanhas e capacitação dos agentes que atuam no Programa Saúde da Família. A maior redução, de 46,8%, ocorreu na capital, enquanto Londrina comemora o alcance da meta estabelecida pela OMS.

Foz do Iguaçu, apesar de apresentar uma redução de 37,5%, ainda está longe de atingir a meta estabelecida, com um índice de 2,99 pacientes em um grupo de 10 mil habitantes em 2005. "O controle em termos de saúde pública é mais difícil por ser uma região de fronteira", justifica a conselheira do grupo-tarefa do ministério para a hanseníase no Paraná, Maria Elizabete Lovera. Em 2006, o MS continua investindo pesado nestes três municípios.

A hanseníase (leia mais sobre a doença na infografia) não apresenta seqüelas se o diagnóstico for feito no início da doença, como foi o caso de Joanize Dias, 63 anos. Ao descobrir a doença, há 39 anos, já iniciou o tratamento. "Mesmo assim demorou uns quatro anos para eu descobrir o que tinha", lembrou Joanize, que não apresenta nenhum tipo de seqüela. Já Alcides Ramos da Cruz, 62 anos, garante que soube da doença no começo, mas o tratamento ainda não estava tão avançado no início da década de 80. Ele apresenta seqüelas nas mãos e pés, mas considera que o pior ainda é o preconceito. "Não posso ir morar com a minha família porque não sou aceito na comunidade onde eles vivem", lamenta. Cruz mora no Hospital São Roque – especializado no tratamento da hanseníase – há 20 anos.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]