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Os casos de meningite em 2006 apresentaram um aumento considerável em relação ao número registrado no ano anterior em Curitiba. De janeiro até a metade de setembro, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) contabilizou 864 casos dos mais variados tipos da doença, contra os 735 registrados em 2005. Em contrapartida o número de mortes causadas pela doença diminuiu: de 54 para 29 até agora.

No resgate histórico destes números percebe-se que os índices de 2006 estão maiores que os registrados nos anos anteriores. Em 2005 foram 735 casos (54 mortes), em 2004 a SMS atendeu 573 casos (63 mortes) e em 2003 foram 615 casos. Naquele ano, especificamente, foram contabilizadas 84 mortes.

De acordo com a diretora do Centro de Epidemiologia da SMS, Karin Regina Luhm, o aumento de casos de meningite viral é a culpada por este aumento. "Normalmente os casos ficam divididos em 50% da variação viral e os outros 50% da bacteriana. Neste ano o índice de ocorrências que apresenta a variação viral representa 70% dos casos".

A diretora Karin acredita também que a estiagem e o calor estão contribuindo para este aumento considerável. "As meningites virais são mais freqüentes nos meses de calor. Este clima maluco que estamos enfrentando está contribuindo para que os casos aumentem. Esperávamos que os casos diminuíssem nos meses de frio, mas sequer tivemos semanas de frio, que dirá meses", explicou Karin.

Apesar do aumento nos casos, a doença causada pelo vírus é a menos fatal. "A viral tem uma evolução benigna por regra. Em dois ou três dias a criança (na maioria dos casos) já está bem e existem casos que não é preciso nem internação. O problema mesmo é a meningite meningocócica", disse.

Até esta terça-feira (12), em 2006, a Secretaria Municipal já registrou 44 casos da meningocócica em Curitiba, tendo ainda 13 em investigação. Quatro pessoas morreram. Em 2005 foram os mesmos 44 casos (quatro mortes), em 2004 aconteceram 78 casos (17 mortes) e em 2003 foram 76 casos e 15 mortes.

A prefeitura tem feito campanhas para conscientizar a população. "Estamos fazendo um trabalho muito grande nas escolas municipais para alertar as crianças e pais sobre o problema. Também distribuímos cartazes em ônibus e distribuímos panfletos explicando os sintomas e orientando sobre o que fazer", concluiu Karin.

Sintomas

A meningite é uma doença que se caracteriza pela inflamação das meninges, membranas que recobrem e protegem o cérebro. Qualquer tipo de germe - vírus, bactérias, fungos - pode ser a causa. Os principais sintomas da doença são febre alta, vômito, dor de cabeça intensa e rigidez de nuca (dificuldade de movimentar o pescoço).

Em crianças menores de dois anos, a meningite pode apresentar sintomas diferentes, como hipotermia - temperatura mais baixa que o normal. A criança se mostra agitada, irritada, chora com freqüência, ou se apresenta pouco ativa e sonolenta, podendo ocorrer abaulamento da fontanela anterior (moleira inchada).

Prevenção:

- Portas e janelas dos ambientes da casa ou do local de trabalho devem ser abertas sempre que possível, para permitir a entrada do sol e de ventilação.

- Deve-se evitar compartilhar objetos e utensílios de uso pessoal como copos, talheres, escovas de dente, mamadeiras, chupetas etc.

- É indicado lavar as mãos com freqüência após ir ao banheiro, antes das refeições, ao chegar em casa e após trocar fraldas.

- Quando a pessoa apresenta sintomas suspeitos, deve ser levada imediatamente ao médico. Quanto mais tardio for o diagnóstico e o início do tratamento adequado, maiores serão as probabilidades de ocorrer seqüelas graves como surdez, cegueira, retardo mental e até a morte.

- Em relação às meningites virais não está indicada a realização do bloqueio dos contatos e não existe medicamento disponível para esta finalidade. Nestes casos, a Secretaria Municipal da Saúde recomenda medidas de higiene pessoal e precaução de contato com objetos e superfícies contaminados com secreções respiratórias ou fezes.

A Secretaria de Saúde de Curitiba pede que os casos suspeitos de meningite sejam comunicados por telefone (3350-9371) na Coordenação de Vigilância de Epidemiologia.

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